A época de reprodução de pinguins na Antártida deixou apenas dois sobreviventes (entre milhares de filhotes). As aves típicas da região, chamadas de pinguim-de-adélia, tiveram mais dificuldades para encontrar alimentos, segundo especialistas, e acabaram morrendo.
A organização não-governamental World Wildlife Fund justificou as mortes com as “camadas muito extensas de gelo” nas águas da região, que fizeram com que os pinguins adultos tivessem que “viajar para mais longe” para conseguir comida.
Os grupos de preservação ambiental fizeram um alerta, na sexta-feira (13), depois de divulgarem a morte de milhares de filhotes do pinguim-de-adélia, a ave típica da região, para que sejam tomadas medidas urgentes em uma nova área de proteção marinha no Leste da Antártida – para proteger a colônia que tem cerca de 36 mil pinguins adultos.
A WWF explica que a simples proibição da pesca de camarão e outros crustáceos nesta zona eliminaria a concorrência e ajudaria a garantir a sobrevivência das espécies na Antártida, incluindo os pinguins.
A ONG tem apoiado pesquisas na região, juntamente com cientistas franceses que controlam o número de pinguins naquela área desde 2010.
A ideia sobre uma nova área de proteção será discutida em um encontro, nesta segunda-feira (16), com a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos da Antártida Marinha (CCAMLR).
A comissão é formada por 25 membros e tem a participação da União Europeia. “Este acontecimento horrível contrasta com a imagem alegre que as pessoas têm dos pinguins”, afirmou Rod Downie, chefe de programas polares da WWF.
“O risco de abrir a área para pescas exploratórias de camarão – algo que representaria uma competição por alimentos com os pinguins – seria impensável, principalmente depois de duas temporadas catastróficas de reprodução nos últimos quatro anos”, afirmou.
Em 2015, todas os filhotes provenientes da época de reprodução morreram. “A CCAMLR precisa agir agora, adotando uma nova área de proteção marinha para as águas do Leste da Antártida para proteger a casa destes pinguins”, concluiu.