O depoimento de um ex-funcionário da Odebrecht, que não fechou acordo de delação premiada, aumentou a suspeita de irregularidades nas obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais.
Ex-coordenador de execução de um lote, Carlos Berardo Zaeyen, afirmou à Polícia Federal, em novembro, que o consórcio responsável por esse trecho do empreendimento — formado por Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão — firmou dois contratos que, na prática, teriam sido usados apenas para justificar o repasse de dinheiro. As informações são de Mateus Coutinho, do jornal O Globo.
Zaeyen depôs no inquérito que apura as suspeitas de pagamento de propina ao senador Aécio Neves (PSDB), que era governador na época da obra, por parte das empreiteiras. Zaeyen era subordinado ao diretor da Odebrecht Sérgio Luiz Neves, que fez acordo de delação e contou sobre o esquema de corrupção.
Zaeyen disse não ter tomado conhecimento sobre o acerto de propina que teria sido feito por seus superiores. Responsável por fazer relatórios mensais, ele contou ter assinado os contratos com as construtoras Cowan e Alicerce “por confiança em seu diretor”.
A Cidade Administrativa de MG foi citada por delatores da Odebrecht como sendo uma obra em que teria havido um acerto entre as empreiteiras com o conhecimento de Aécio para definir os consórcios vencedores. Como contrapartida, teriam combinado o pagamento de 3% do valor total do contrato em propinas para o tucano.
Ciberia // Revista Fórum