Psicólogos da Universidade de Toronto descobriram que as pessoas são moderadamente precisas em prever se alguém é mais rico ou mais pobre do que a média apenas olhando uma imagem de seu rosto inexpressivo.
“Isso indica que algo tão sutil quanto os sinais em sua face sobre sua classe social podem perpetuá-la. Essas primeiras impressões podem se tornar uma espécie de profecia auto-realizável. Elas irão influenciar suas interações e as oportunidades que você tem”, afirmou a autora Thora Bjornsdottir, em um comunicado.
Os pesquisadores pediram aos participantes que vissem uma série de fotografias que mostravam os rostos neutros das pessoas.
Eles tiveram que tomar uma decisão rápida e instintiva se aquelas pessoas ganhavam menos ou mais do que uma renda familiar média. Mais de 53% das vezes, um nível que excede a chance aleatória, eles foram precisos. Fatores como raça e gênero não afetaram os resultados.
Os quatro rostos nos grupos A e C lá em cima eram os rostos “mais ricos do que a média”, e os quatro em B e D eram os rostos “mais pobres que a média”.
“As pessoas não estão realmente conscientes de quais indícios estão usando quando fazem esses julgamentos. Se você perguntar por que, elas não sabem. Elas não estão conscientes de como estão fazendo isso”, aponta Bjornsdottir.
O estudo sugere que a percepção da classe social de alguém só era mais previsível se seu rosto permanecesse neutro e inexpressivo. No momento em que eles exibiam uma expressão, como sorrir ou uma cara de raiva, as apostas foram erradas.
Os pesquisadores argumentam que essa habilidade é possível devido a hábitos gerais de expressão que se integram em nossa expressão neutra. Se uma pessoa teve uma vida confortável e satisfatória, a teoria diz que isso fica “gravado” no rosto dela.
“O que estamos vendo é que estudantes com apenas 18 a 22 anos já acumularam experiência de vida suficiente que mudou visivelmente e moldou seus rostos até o ponto em que você pode dizer qual é a sua classe socioeconômica ou social”, acrescenta o professor Nicholas Rule.
Isso, por sua vez, pode até afetar suas chances em uma entrevista de emprego. O estudo também mostrou que os participantes sentiram que os “rostos ricos” eram mais propensos a ser contratados para um emprego do que os “rostos pobres”. “As pessoas falam sobre o ciclo da pobreza, e isso é potencialmente um contribuinte para isso”, concluiu Rule.
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