Cientistas da Universidade de Cambridge descobriram que as ovelhas têm uma capacidade muito desenvolvida para reconhecer rostos humanos e até podem ser treinadas para reconhecer celebridades.
Não era novidade que as ovelhas conseguiam reconhecer os rostos de quem as trata. No entanto, um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai mais longe e mostra que esta capacidade é comparável à dos macacos e dos humanos, podendo estes animais ser treinados para reconhecer outros rostos, avança a revista portuguesa Visão.
Jenny Morton liderou a equipe de cientistas que conseguiu treinar oito ovelhas para reconhecerem os rostos de quatro celebridades. A jornalista Fiona Bruce, os atores Jake Gyllenhaal e Emma Watson e o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, foram as faces escolhidas.
Inicialmente, sempre que as ovelhas escolhiam um painel com o rosto de um figura pública, em vez de um painel sem qualquer imagem, eram dadas a elas uma recompensa alimentar.
Depois, a cada animal eram mostrados dois rostos, sendo um deles o da figura pública. Se escolhessem, aproximando-se, a imagem correta, recebiam também uma recompensa. Mais tarde, mesmo sem recompensa, acertaram a figura conhecida 80% das vezes.
Sem qualquer treino prévio, as ovelhas mostraram ainda ser capazes de reconhecer o rosto de qualquer pessoa que passasse com elas mais do que duas horas, com a particularidade de observarem duas vezes a imagem do rosto não familiar antes de se decidirem pelo familiar.
E se, inicialmente, a fotografia mostrava os sujeitos de frente, em uma outra fase o desafio era ver se as ovelhas reconheciam o mesmo rosto de outro ângulo. Como era de se esperar, a taxa de sucesso caiu, mas apenas 15%.
O estudo, publicado pela Royal Society: Open Science, faz parte de uma pesquisa alargada sobre as capacidades cognitivas das ovelhas, cujo tamanho do cérebro e longevidade as torna um bom modelo para estudar doenças neurodegenerativas, como a doença de Huntington, que afeta a coordenação motora, o humor, a personalidade e a memória, além de incluir outros sintomas como a dificuldade de reconhecer expressões faciais de emoção.
A doença incurável, e que leva frequentemente à morte em uma idade prematura, provoca também dificuldades de discurso, deglutição e locomoção.
Ciberia // ZAP