O Facebook está novamente envolvido em polêmica, desta vez por ter ajudado os empregadores a discriminar candidatos com base no gênero.
Segundo uma denúncia apresentada nesta terça-feira (17) na agência federal norte-americana, vários recrutadores utilizam o serviço de anúncios de emprego da rede social para criar propostas destinadas exclusivamente a utilizadores do sexo masculino.
Além disso, nove dos dez empregadores incluídos na denúncia também dão preferência a trabalhadores mais jovens. “Não devia ser afastada a oportunidade de descobrir uma oportunidade de trabalho só porque sou uma mulher”, disse a denunciante à União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
Em comunicado, a rede social diz que “não há lugar para discriminação no Facebook” e que vai “rever atentamente a queixa”. O jornal Público contatou o Facebook para esclarecimentos adicionais, mas não obteve resposta.
Os advogados dizem que descobriram o problema ao supervisionar um grupo encarregado de procurar empregos no Facebook, entre outubro de 2017 e agosto de 2018. Para cada posto de trabalho em que clicavam, a rede social apresentava uma explicação sobre o motivo de alguém receber o anúncio, o que incluía o fato de terem um determinado gênero, idade e viverem em determinada região.
O certo é que as plataformas online não são diretamente responsáveis pelo conteúdo que as pessoas publicam. Ainda assim, os reclamantes querem ver o Facebook legalmente responsabilizado por criar um sistema que motiva os empregadores a selecionar o gênero e a idade das pessoas que recebem os anúncios.
Segundo as leis estatais e locais, é proibido publicar anúncios de emprego direcionados a um determinado gênero nos Estados Unidos desde 1964, explica o Público.
“Não podemos deixar que a discriminação com base no gênero das pessoas ganhe novo fôlego online”, disse Galen Sherwin, advogada responsável pelo projeto Direitos da Mulher da ACLU em comunicado. E acrescentou: “a segregação de postos de trabalho com base no gênero tem sido usada ao longo dos tempos para impedir mulheres de chegar a trabalhos bem pagos e a boas oportunidades econômicas”.
Ciberia // ZAP