Um impressionante dado levantado somente nos EUA diz muito sobre o efeito da tecnologia sobre nosso comportamento mais cotidiano – e, com isso, sobre nossas vidas e, pasmem, nossas mortes: nos últimos sete anos, o número de óbitos causados pelo fato das vítimas estarem caminhando e olhando para seus smartphones, devidamente isolados com fones de ouvido, triplicou no país.
E basta uma caminhada por qualquer cidade grande brasileira para perceber que boa parte das pessoas hoje anda pelas ruas com fones no ouvido e os olhos vidrados nas telas – comportamento que ganhou uma palavra para batiza-lo: “twalking”.
Para tentar conter esse mal contemporâneo, pesquisadores do Instituto de Ciências e Informação da Universidade Columbia, nos EUA, estão desenvolvendo um headphone inteligente, capaz de alertar os pedestres usuários de um perigo iminente em seu caminho.
Através de minúsculos microfones e processadores inteligentes de sinais, o fone inteligente é capaz de detectar a aproximação de veículos – e, com a ameaça, um sinal sonoro de alerta é enviado diretamente aos ouvidos do usuário.
O time de pesquisadores está atualmente trabalhando em um protótipo, que vem sendo testado nos arredores da Universidade e em Nova York – o projeto foi premiado pela Fundação Nacional de Ciência em 2017, com um investimento de 1.2 milhões de dólares para seu desenvolvimento, um processo complexo, de levantamento de informações de possíveis ameaças, além da inclusão de tecnologias de inteligência artificial e captação e processamento de áudio em tamanhos diminutos.
Pesquisadores de psicologia também fazem parte da equipe, para a realização de experimentos comportamentais sobre como as pessoas reagem aos avisos, para com isso determinar sua eficácia.
A ideia da equipe é que a tecnologia seja desenvolvida pela universidade, e possa em seguida ser transferida para uma empresa, capaz de produzir o fone inteligente em escala industrial e preços acessíveis. “Esperamos que, uma vez pronta, a tecnologia possa ser comercializada e produzida em massa, para ajudar a reduzir as fatalidades com pedestres nas cidades”, diz Fred Jiang, um dos engenheiros líderes da equipe.
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