A destituição promovida pelos socialistas ao ex-primeiro ministro Mariano Rajoy foi aprovada pelo parlamento espanhol nesta sexta-feira (1º), levando à queda do governo, que agora passa a ser liderado por Pedro Sánchez.
Uma maioria absoluta de 180 deputados em um total de 350 manifestou de forma nominal apoio à destituição. Rajoy esteve no poder durante seis anos e Pedro Sánchez tentará acabar a legislatura que termina em 2020.
Antes da votação, o ainda chefe do governo espanhol reconheceu que estava prestes a ser afastado do poder, tendo mesmo felicitado o líder socialista que agora o substitui.
“Podemos presumir que a moção de censura (destituição) será adotada, tendo como consequência Pedro Sánchez como novo presidente do governo”, admitiu Rajoy no curto discurso que fez quando chegou ao parlamento, depois de ter faltado ao início do debate.
Rajoy quis ser “o primeiro a felicitar” o líder do PSOE, apesar de não concordar com “o que ele fez”. “Foi uma honra deixar a Espanha melhor do que a encontrei”, disse ainda o primeiro-ministro, acrescentando esperar que Sánchez consiga fazer a mesma coisa.
Por sua vez, Pedro Sánchez agradeceu o apoio dos deputados à sua posse e disse que a assembleia irá escrever “uma nova página na democracia do país”. A líder da bancada socialista, Margarita Robles, assegurou que o PSOE irá colocar o interesse dos espanhóis à frente dos do partido.
A queda do Executivo é provocada depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados a longas penas de prisão, na semana passada, na sequência do esquema de corrupção conhecido por “caso Gürtel”, que ajudou a financiar o partido.
Rajoy recusou até agora apresentar sua demissão antes da votação da moção de censura, a única forma de se manter no poder o tempo necessário para organizar eleições antecipadas e impedir a chegada dos socialistas ao poder.
Os socialistas espanhóis já contavam com o apoio do partido Unidos Podemos, dos nacionalistas bascos e dos independentistas catalães. O voto, anunciado nesta quinta-feira (31), dos cinco deputados do Partido Nacionalista Basco (PNV) assegurou a maioria absoluta que Sánchez precisava para afastar Rajoy e automaticamente ocupar seu lugar à frente do Executivo.
Ciberia, Lusa // ZAP