O observatório espacial Hubble descobriu, na constelação de Leão, uma galáxia incomum cuja gravidade “atraiu” a luz das estrelas distantes, formando uma espécie de arco.
A imagem em questão mostra um aglomerado de centenas de galáxias localizadas a cerca de 7,5 bilhões de anos-luz da Terra. Os cientistas acreditam que qualquer aglomeração de matéria de grande massa interage com a luz, fazendo com que os raios se curvem, assim como acontece com as lentes óticas.
Esse fenômeno cósmico é conhecido como lente gravitacional e, muitas vezes, ajuda os astrônomos a ver galáxias mais distantes que não podem ser observadas a partir da Terra sem ampliação gravitacional.
A lente gravitacional é uma das previsões da Teoria Geral da Relatividade de Einstein. A massa contida em uma galáxia é tão imensa que pode realmente envolver e duplicar o próprio tecido ao seu redor (conhecido como espaço-tempo), forçando a luz a viajar por caminhos curvos.
Como resultado, a imagem de uma galáxia mais distante parece distorcida e amplificada, à medida que a luz é dobrada em torno da galáxia intermediária.
Se dois objetos estão localizados um atrás do outro, a luz do corpo mais distante se divide enquanto atravessa a lente gravitacional do primeiro corpo. Na Terra, os astronautas veriam cinco pontos brilhantes, em vez de dois. Quatro desses pontos seriam “cópias” luminosas do corpo mais distante. Quando estas lentes se sobrepõem, intensificam a luz dos objetos mais distantes.
A galáxia SDSS J1156+1911, na constelação de Leão, é um bom exemplo disso. Esta galáxia está dentro de um grande aglomerado de galáxias cuja massa, segundo os cientistas, supera vários trilhões de vezes a do Sol.
A SDSS J1156+1911 é considerada o maior corpo celeste deste aglomerado. É uma galáxia 600 milhões de vezes mais massiva que o Sol e com um tamanho semelhante ao da Via Láctea. Graças à enorme massa, a SDSS J1156+1911 curva e intensifica a luz da galáxia que está atrás dela, ainda mais longe da Terra.
A localização da galáxia antiga e a da SDSS J1156+1911 não se correspondem e é por isso que se observa uma espécie de arco verde. Mas esse fenômeno não é comum. Aliás, o número destes arcos gigantes é bem pequeno. Até hoje, os cientistas conseguiram descobrir apenas sete objetos desse tipo.
Estudar estes arcos ajuda os cientistas a desvendar os mistérios da vida do Universo primordial e é um incentivo à procura de explicações para a existência de matéria e energia escuras, já que permite que astrônomos vejam galáxias obscurecidas ou muito distantes para que possam ser detectadas de outra forma pelos instrumentos atuais.
Ciberia // ZAP