Inglaterra inicia novo lockdown nacional

number10gov / Flickr

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson

Terceiro confinamento enfrentado pelo país, imposto devido a variante mais contagiosa do coronavírus, deve durar até pelo menos meados de fevereiro. Escócia também adota lockdown.

O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou nesta segunda-feira (04/01) um novo lockdown nacional na Inglaterra, previsto para durar até pelo menos 22 de fevereiro e incluindo o fechamento de escolas, devido à alarmante propagação do coronavírus causada por uma nova variante. É o terceiro lockdown nacional imposto devido ao coronavírus.

Grande parte da Inglaterra já estava sob fortes restrições de movimentação e reunião para tentar controlar a nova variante do coronavírus, até 70% mais contagiosa e apontada como responsável pela aceleração no número de casos nos últimos dias.

“Os hospitais estão sob mais pressão do que em qualquer outro momento desde o início da pandemia”, declarou Johnson em pronunciamento à nação, durante o qual pediu à população para não sair de suas casas, exceto por motivos essenciais, como trabalhar ou ir ao supermercado e ao médico.

Um confinamento na Escócia a partir desta terça-feira também foi anunciado pela chefe do governo local, a primeira-ministra Nicola Sturgeon, determinando que as pessoas fiquem em casa, exceto por motivos essenciais, para ajudar a aliviar a sobrecarga dos hospitais e UTIs. “Estou mais preocupada com a situação que enfrentamos agora do que em qualquer momento desde março do ano passado”, disse.

As outras regiões britânicas, Irlanda do Norte e País de Gales, que também têm autonomia em termos de política de saúde, já haviam iniciado confinamentos após o Natal.

No mínimo até meados de fevereiro

Os cidadãos ingleses foram convocados a seguir imediatamente as novas instruções, mesmo que a lei para regulamentar o novo confinamento não possa ser aprovada no Parlamento antes de quarta-feira.

Johnson disse que espera suspender gradualmente o lockdown e reabrir escolas após as férias escolares de meados de fevereiro, mas que tudo depende da redução dos números de infeções e de mortes, do sucesso do plano de vacinação e do respeito às regras.

“Isso acontecerá se o nosso conhecimento sobre o vírus não mudar, se a vacinação continuar sendo bem-sucedida, se as mortes começarem a cair e se todos desempenharem seu papel em relação às regras”, ressaltou.

Ele também espera que até meados de fevereiro a primeira dose da vacina já tenha sido administrada aos quatro grupos prioritários da campanha de imunização: residentes e funcionários de asilos e casas de recuperação, idosos com mais de 80 anos, trabalhadores do serviço de saúde pública (NHS) e a população com doenças crônicas.

Maior campanha de vacinação da história

Johnson destacou que a nova variante do vírus – até 70% mais contagiosa – está se espalhando “de uma forma frustrante e alarmante”. Para ilustrar a situação, revelou que o número de pessoas atualmente hospitalizadas com covid-19 é 40% maior do que no pico da primeira onda, em abril.

Entre as razões que podem ser consideradas essenciais para sair de casa, Johnson incluiu compras de alimentação e medicamentos, buscar ajuda médica, trabalhar, se absolutamente necessário, exercitar-se e fugir de situações abusivas.

O premiê ainda destacou como grande diferença entre o lockdown atual e o anterior o fato de o Reino Unido estar na maior campanha de vacinação da sua história. Duas vacinas já foram aprovadas para uso: a desenvolvida pela parceria Pfizer/Biontech e a fabricada pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica AstraZeneca.

Os principais consultores médicos britânicos recomendaram elevar o nível de alerta de 4 para 5 e advertiram que o sistema de saúde pública poderia ser sobrecarregado em 21 dias, a menos que medidas mais duras fossem tomadas, pois os casos estão aumentando em grande parte do país, impulsionados pela nova variante mais transmissível do vírus.

Nesta segunda-feira, o Reino Unido registrou 58.784 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde diário e o sétimo dia consecutivo em que o número diário de casos ultrapassou 50 mil, e 407 mortes, chegando a um total de 75.431 mortes desde o início da pandemia. Nos últimos dias a média diária de casos aumentou 50% e de mortes, 21% comparando com os sete dias anteriores.

Nesta segunda-feira, o estado de São Paulo confirmou os dois primeiros casos no Brasil da variante do novo coronavírus identificada no Reino Unido.

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