A Irlanda está pronta para acabar com a proibição do aborto. Estudos de boca de urna dão vantagem de 68% para 32% aos que votaram pela despenalização.
Esta é uma votação histórica na católica Irlanda. O país com uma forte tradição católica votou, nesta sexta-feira (25), amplamente a favor da revogação da proibição constitucional do aborto, segundo as primeiras projeções.
É um dia histórico para um dos países mais católicos da Europa. As projeções em boca de urna sugerem que a Irlanda aprovou em referendo a legalização do aborto.
De acordo com a Reuters, a projeção prevê que o “sim” foi votado por 68% dos eleitores contra os 32% que votaram contra a proposta de alteração da Constituição. Caso se confirme, este é um resultado inesperado no país que tem as leis mais apertadas da União Europeia em relação ao aborto.
Os votos fecharam às 22h desta sexta, mas os resultados só serão conhecidos ao fim deste sábado (26). A previsão do Irish Times tem por base entrevistas a 4 mil eleitores na saída das urnas.
Às urnas foram chamados 3,2 milhões de pessoas para responder a um referendo à Oitava Emenda da Constituição irlandesa. A revogação pode resultar em uma nova lei para legalizar o aborto no país.
O aborto é proibido na Irlanda e a prática pode resultar em sentença de 14 anos de prisão, tanto para a mulher como para o profissional de saúde que a ajude no procedimento de interrupção de gravidez.
A aprovação da proposta de alteração possibilita o aborto até as 12 semanas de gravidez em qualquer situação. Depois desse tempo, o aborto só seria possível se a vida do bebê ou da mãe estiverem em risco ou se o feto tiver uma anomalia que o possa condenar à morte na gestação ou logo depois do nascimento.
A sondagem do Irish Times com a Ipsos previa que 44 em cada 100 eleitores votassem a favor da legalização do aborto e que 32% votassem contra. A margem de diferença teria sido muito curta, pelo que a decisão teria ficado nas mãos dos 24% dos eleitores que se diziam indecisos ou que não iam exercer o direito ao voto.
Nestes últimos dias, foi possível observar no país a divisão entre as populações rurais e as populações urbanas e as divisões entre as camadas mais novas e mais velhas da sociedade irlandesa. Entre confronto de ideais intenso.
As projeções e a vitória do “sim” são encarados como um reflexo do declínio da influência da Igreja Católica irlandesa, que nos últimos tempos tem enfrentado as duras mudanças econômicas e sociais do país. Os escândalos relacionados com casos de pedofilia envolvendo padres também teriam tido sua influência.
Campanha anti-aborto assume derrota
Apesar de os votos ainda estarem sendo contados, o principal grupo da campanha contra a legalização do aborto já assumiu a derrota no referendo irlandês.
“Não há perspectiva de que a legislação não venha a ser aprovada”, admitiu esta manhã o porta-voz da campanha contra a legalização, John McGuirk, citado pela Reuters.
Ciberia // ZAP
As irlandesas ganharam o direito de se tornarem assassinas de inocentes. O pior é que um absurdo deste é comemorado como se fosse uma vitória.
https://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2018/05/vagabundas-e-biscates-irlandesas.html