A norte-americana Cyntoia Denise Brown, que foi condenada a prisão perpétua aos 16 anos, depois de ter matado o homem que a “comprou” para fazer sexo, será libertada depois de 15 anos atrás das grades, fruto do perdão do governador do Tennessee.
O governador do Tennessee, Bill Haslam, concedeu a clemência a Cyntoia Denise Brown, que sairá da prisão em liberdade condicional no dia 7 de agosto deste ano, depois de cumprir 15 anos de prisão, conforme avança a CNN.
“A decisão surge depois de uma reflexão minuciosa sobre o que é um caso trágico e complexo”, salienta a nota divulgada pelo governador à imprensa.
“Cyntoia Brown cometeu, segundo a própria confissão, um crime horrível aos 16 anos de idade”, contudo, “impor a prisão perpétua a uma jovem que precisaria cumprir, pelo menos, 51 anos antes de ser elegível para a consideração da [liberdade] condicional, seria muito duro, especialmente à luz dos passos extraordinários que tomou para reconstruir sua vida”, justifica o governador.
“A transformação deve ser acompanhada pela esperança”, defende Bill Haslam.
O caso de Cyntoia Brown foi notícia por todo o mundo e despertou a atenção de celebridades como a cantora Rihanna, a atriz Ashley Judd, a comediante Amy Schumer e a socialite Kim Kardashian, que intercederam em nome da libertação da mulher, que agora tem 30 anos.
Vários advogados do Tennessee, bem como congressistas se envolveram igualmente no caso, que é retratado no documentário “Me Facing Life: Cyntoia’s Story”, lançado em 2011.
Cyntoia Brown matou Johnny Mitchell Allen em 2004, com um tiro na cabeça, enquanto ele dormia. Durante o julgamento, a jovem teve que justificar o fato de ter roubado dinheiro e armas do homem.
Ela alegou que o matou em legítima defesa, temendo voltar de mãos abanando para o homem que a vendeu a Allen e que tinha como alcunha “Cut Throat” (Cortador de Gargantas). A acusação defendeu a tese do roubo como pouco comum para o crime.
Ela acabou condenada pelos crimes de roubo e homicídio.
Na prisão, Cyntoia Brown tirou um curso superior que terminou em 2015, e planeja agora abrir uma organização sem fins lucrativos para ajudar jovens que vivem situações de exploração sexual semelhantes à que viveu.
Ciberia // ZAP