A Justiça derrubou neste domingo (28), a pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e da Defensoria Pública do Estado, a decisão que autorizava a prefeitura de São Paulo a conduzir compulsoriamente – contra a vontade da pessoa – usuários de drogas da região da Cracolândia para avaliação médica.
A prefeitura pretendia remover à força os usuários para que um médico avaliasse a necessidade de internação compulsória. Caso o médico recomendasse a internação, seria necessária autorização judicial, procedimento já adotado atualmente.
Na decisão de domingo, o desembargador Reinaldo Miluzzi considerou relevantes os fundamentos do Ministério Público e da Defensoria Pública para derrubar a medida da prefeitura paulistana.
“Como bem asseverado em ambos os recursos, o pedido [da prefeitura] é impreciso, vago e amplo e, portanto, contrasta com os princípios basilares do Estado Democrático de Direito, porquanto concede à municipalidade carta branca para eleger quem é a ‘pessoa em estado de drogadição vagando pelas ruas da cidade de São Paulo’”, declarou o juiz.
O desembargador também retirou o segredo de Justiça do processo.
Polêmica
Na semana passada, mais de 500 homens da Polícia Civil, coordenados pelo GOE (Grupo de Operações Especiais), além de centenas de policiais militares com ampla ação do Choque e apoio da Guarda Civil Metropolitana trabalharam em uma ação que tinha como objetivo acabar com o chamado “fluxo”, localizado na Rua Dino Bueno, onde o tráfico e uso de drogas acontece a qualquer hora do dia e da noite.
Segundo o delegado José Flamínio Ramos Martins, a operação foi resultado de um trabalho de 8 meses de investigação. “Prendemos o líder do tráfico aqui da Cracolândia, que é do PCC e que estava em Caraguatatuba. Foram expedidos 69 mandados de prisão”, explico.
Ciberia // Brasil de Fato