O Irão anunciou, na quarta-feira, ter lançado com sucesso o seu primeiro satélite militar, dois meses depois do fracasso da colocação em órbita de um equipamento científico, num contexto de tensão persistente com os Estados Unidos, não obstante a pandemia de coronavírus que afecta fortemente tanto iranianos como norte-americanos.
O secretário de Estado, Mike Pompeo, considerou que as autoridades de Teerão ao colocarem em órbita o satélite de observação militar, violaram os termos da resolução 2231, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2015, e por esse motivo deverão responder perante a comunidade internacional.
Pompeo afirmou que o lançamento de quarta-feira, pelo Irão, confirma o que vinha dizendo a Administração americana, isto é, que o programa de mísseis iraniano tinha um objectivo militar.
A resolução 2231 das Nações Unidas, aprovada pelo Conselho de Segurança em 2015, estabelece que o Irão deve pôr termo aos programas de mísseis balísticos capazes de transportar ojivas nucleares.
O documento tinha como objectivo abrir o caminho à um acordo negociado com a comunidade internacional, sobre o programa nuclear iraniano. Os Estados Unidos retiraram-se do acordo, em Maio de 2018, e decidiram aplicar novas sanções ao Irão.
Nesta quarta-feira, o Presidente Donald Trump ordenou a destruição de qualquer barco iraniano, que, segundo ele, assediar os navios americanos em actividade na região do Golfo Pérsico.
As ordens de Trump levam os analistas a recear uma nova e perigosa escalada, entre Washington e Teerão.
Os Guardiões da Revolução, unidade de elite do exército iraniano, congratularam-se pelo êxito do lançamento do satélite militar, denominado “Nour” , a “Luz”, em língua persa.
// RFI