Londres anuncia 7 mortes entre as 18 milhões de doses aplicadas da vacina de Oxford/AstraZeneca

A Agência Britânica de Medicamentos (MHRA) informou neste sábado que sete pessoas que receberam a vacina de Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus morreram após desenvolverem coágulos sanguíneos. Até o momento, 30 casos com este efeito colateral foram identificados no Reino Unido, entre as mais de 18,1 doses do imunizante já aplicadas no país.

Os dados referem-se às vacinações ocorridas até 24 de março. A agência reguladora indica que, até esta data, recebeu a notificação de 22 casos de trombose venosa cerebral e oito casos de trombose associada a um déficit de plaquetas no sangue.

“Nossos estudos aprofundados sobre essas notificações continuam”, afirmou a diretora da MHRA, June Raine, em um comunicado enviado à agência de notícias AFP. Ela acrescentou que nenhum caso similar foi registrado entre os britânicos que receberam o imunizante da Pfizer/BioNTech, também administrada no país.

“As vantagens da vacina da AstraZeneca para prevenir infecções de Covid-19 e suas complicações permanecem amplamente superiores aos riscos. O público deveria continuar a receber a vacina quando é convidado a fazê-lo”, ressaltou a diretora.

Campanha de vacinação entre as mais avançadas do mundo

Na quinta-feira, a agência já havia publicado um comunicado sobre os efeitos colaterais das vacinas utilizadas no Reino Unido, no qual apontava que “o risco de ter esse tipo de coágulo sanguíneo é muito fraco”.

“O número e a natureza dos efeitos indesejáveis assinalados até agora não são incomuns, comparados a outros tipos de vacinas correntes”, disse Raine.

O Reino Unido realiza uma das campanhas de vacinação contra a Covid-19 mais avançadas do mundo, com mais de 31,3 milhões de primeiras doses administradas e quase 5 milhões de pessoas completamente imunizadas.

Negligente no começo da pandemia, o país é também o que registra o maior número de mortos na Europa, com quase 127 mil vítimas.

Uso com limitações

A vacina da AstraZeneca, desenvolvida com a Universidade de Oxford, é alvo de suspeitas em diversos países depois da aparição de casos graves de coágulos sanguíneos. Alguns países suspenderam a utilização do imunizante, mas a maioria retomou o seu uso a partir de uma certa idade, depois de análises aprofundadas sobre os riscos.

A Holanda foi o último a anunciar que suspenderia a aplicação das doses no público abaixo de 60 anos, nesta sexta-feira (2), depois de uma decisão similar adotada pela Alemanha.

Canadá e França optaram por não vacinar os menores de 55 anos com o produto, enquanto Suécia e Finlândia utilizarão a vacina nas pessoas com idade superior a 65 anos.

Em meados de março, a Agência Europeia de Medicamentos considerou a vacina “segura e eficaz”, e que “não está associada” a um risco mais elevado de trombose. Na última quarta-feira, o órgão regulador especificou não ter identificado nenhum fator de risco ligado à idade, o sexo ou antecedentes médicos.

// RFI

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