A primeira-ministra britânica anunciou que a polícia já identificou todos os terroristas que, no último sábado, mataram sete pessoas na London Bridge e no Borough Market. Entretanto, começam a chegar as histórias das primeiras vítimas e dos heróis de um ataque que volta a abalar o Reino Unido.
Atentado na London Bridge
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5 junho, 2017 Londres entre o terror e a coragem – de novo
Em declarações na sua residência oficial, em Downing Street, depois de presidir uma reunião do comitê de emergência do Governo para abordar as medidas de segurança, Theresa May disse que o atentado de sábado foi “um ataque contra Londres e contra o Reino Unido, mas também contra o mundo democrático”.
A chefe do governo britânico acrescentou que o nível de alerta por ameaça terrorista contra o Reino Unido se manterá em “severo”, o segundo mais alto em uma escala de cinco, depois do atentado em que sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas, 21 em estado crítico.
A primeira-ministra confirmou também que onze pessoas continuam detidas por possíveis ligações ao atentado, depois de uma ter sido libertada sem acusação.
May acrescentou que “infelizmente” as vítimas “procedem de diferentes nacionalidades”.
“Tinha espaço no coração para todos”
A primeira vítima mortal identificada chama-se Chrissy Archibald, uma canadense de 30 anos que tinha se mudado recentemente para a Europa. Foi atropelada pelos terroristas na ponte e morreu nos braços do noivo. “Ele a segurou e a viu morrer em seus braços. Está devastado”, contou a irmã de Tyle Fergusson, citada pelo The Telegraph.
O casal vivia na Holanda e, antes de terem partido, a jovem trabalhava com moradores de rua em Calgary, no Canadá. “Tinha espaço no coração para todos e acreditava firmemente que cada pessoa devia ser valorizada e respeitada. Não teria entendido a crueldade que causou a sua morte”, afirmou a cunhada.
Histórias de coragem
Segundo a BBC, um agente da polícia que estava fora de serviço foi um dos primeiros a chegar ao local e neste momento encontra-se em estado crítico por ter sido esfaqueado. Tentou fazer frente a um dos terroristas com golpes e movimentos de râguebi, o desporto que pratica.
Outro policial, funcionário da British Transport Police (BTP), usou apenas o cassetete para enfrentar os terroristas. Também foi atingido, mas já se encontra estável.
Além das autoridades, pessoas comuns também tentaram ajudar como puderam. Foi o caso de Gerard Vowls. “Estavam esfaqueando todo mundo – na rua, em bares, pubs. Eu e outras pessoas começamos a atirar copos, garrafas, cadeiras e mesas. Tentei ajudar o maior número de pessoas que pude, mas não tinha como me defender. Se caísse no chão, eles provavelmente tinham me matado”, recorda.
Fotógrafo captou terroristas abatidos
Gabriele Sciotto tinha acabado de sair de um bar, onde viu seu clube perder a final da Liga dos Campeões. No caminho para casa, se enganou no trajeto e foi então confrontado com o momento em que os terroristas estão sendo imobilizados pelos agentes da polícia.
Em declarações ao The Independent, o fotógrafo conta que os terroristas atacavam as pessoas e “os policiais tentavam desviá-los da multidão”. “Depois os vi serem abatidos”, recorda. O policial que disparou primeiro estava “muito assustado”. Aliás, “todos os polícias estavam”, explicou também ao New York Daily News.
A cerveja na mão que causou furor nas redes sociais
As imagens de televisão mostram a multidão fugir do local do ataque e exibem também um homem que caminha tranquilamente com um copo de cerveja na mão. O momento foi compartilhado no Twitter pelo internauta Howard Mannella.
“As pessoas fugindo da #LondonBridge, mas o tipo à direita não deixa cair nem uma gota. Deus abençoe os britânicos“, comentário que já foi replicado milhares de vezes.
Alguns brincaram sobre os preços elevados de Londres. O usuário Andrew Brooks respondeu: “Evacuar? Bom, ok. Mas esta cerveja custa 6 libras. Vou levá-la comigo”.
Outros comentaram manchetes de jornais norte-americanos que descreviam Londres como uma cidade “em choque” e “em estado de sítio”.
Este é o terceiro ataque que o Estado Islâmico reivindica no Reino Unido, depois do atentado com bomba em Manchester, no dia 22 de maio, e de um ataque na ponte de Westminster, em Londres, em março.
Esta segunda-feira, barreiras de separação entre a estrada e a calçada foram instaladas em várias pontes de Londres.
Além de London Bridge, as pontes de Westminster e Waterloo Lambeth estiveram fechadas temporariamente durante a noite para a instalação das barreiras de metal, junto às quais se encontram grandes blocos de cimento para travar a entrada de veículos.
Um perímetro de segurança mantém-se na zona de London Bridge e Borough Market, mas a circulação de veículos na ponte foi reaberta no sentido sul-norte e a estação de metrô e trens funciona novamente.
É visível o reforço policial em várias partes da cidade, sobretudo em áreas públicas de maior dimensão, como estações ferroviárias.
// ZAP