Pelo menos sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas após um atropelamento e um esfaqueamento na região de London Bridge, uma das pontes que cruzam o rio Tâmisa, no centro da capital da Inglaterra.
A polícia e o governo britânico consideram o ataque como um atentado terorrista.
Esse é o terceiro atentado no Reino Unido em apenas três meses – em março cinco pessoas morreram na região do Parlamento após um atropelamento e esfaqueamento e no dia 22 de maio, um homem-bomba matou 22 pessoas e deixou 59 feridas em Manchester.
O que se sabe até agora sobre o ataque deste sábado em Londres:
1- Como e onde foi o ataque?
O ataque ocorreu por volta das 22h10 (18h10 em Brasília) na região de London Bridge, no centro de Londres, e nos arredores do Borough Market, um mercado de alimentos cercado de bares e restaurantes. A região estava movimentada, já que é primavera em Londres e o clima está ameno.
Segundo testemunhas, uma van branca, dirigida por um homem ainda não identificado, subiu na calçada instantes antes de atingir as vítimas. Logo depois, três homens teriam descido do carro e esfaquearam várias pessoas na região do Borough Market, a poucos metros da ponte.
A repórter da BBC Holly Jones estava na ponte no momento em que ocorreu o incidente com a van, que seguia no sentido do centro de Londres. Segundo ela, a van era conduzida por um homem e estava a cerca de 50 milhas por hora (80 km/h) e atingiu pedestres que caminhavam pela calçada.
Um homem que presenciou os ataques e se identificou apenas como Gerard disse à BBC que os criminosos “saíram esfaqueando todo mundo” em bares e nas ruas. Segundo ele, os homens diziam “Isso é para Alá“.
2- Como foi a reação da polícia?
De acordo com a premiê britânica Theresa May, a polícia chegou ao local do incidente e matou os três suspeitos apenas oito minutos após a primeira ligação acionando os serviços de emergência. Um dos policiais envolvidos na ação foi gravemente ferido.
A chefe da polícia Metropolitana Cressida Dick afirmou que o incidente está sob cotrole e que policiais continuam na região, que continua isolada. Também já foi iniciada uma investigação, liderada pelo Comando Antiterrorista.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou que a presença policial será intensificada nas ruas, mas que a população não deve se alarmar.
3- Quem eram as vítimas?
Nenhuma das sete vítimas do atentado foram identificadas. Alguns dos feridos estariam em condições críticas e foram levados a hospitais para tratamento. Quatro franceses estariam entre os feridos, um deles gravemente, e dois cidadãos australianos teriam sido “impactados diretamente”, segundo o premiê do país.
O policial atingido durante a ação sofreu ferimentos na cabeça, rosto e pernas, mas não corre risco de vida. A polícia ainda realiza uma varredura no rio Tâmisa para se certificar que ninguém caiu da ponte durante o ataque.
Mais de 80 médicos participaram do atendimento às vítimas na região do ataque.
4- Quem são os responsáveis?
A polícia matou três suspeitos do ataque ao chegar à região do atentando minutos depois de ser informada sobre o incidente. Apesar disso, ainda não se sabe quem são os responsáveis ou se todos eles já teriam sido mortos ou capturados. Não se sabe, por exemplo, se entre os mortos estava o motorista da van.
De acordo com os policiais, os criminosos vestiam coletes repletos de explosivos falsos durante o atentado para tentar gerar ainda mais pânico e medo.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque até agora.
Na manhã deste domingo, a polícia prendeu 12 suspeitos de envolvimento com o ataque. Segundo a Scotland Yard, as prisões ocorreram no bairro de Barking, no leste de Londres, onde policiais continuam fazendo buscas em diversos endereços.
5- O que o governo britânico diz?
A premiê Theresa May passou a manhã deste domingo reunida com um comitê de emergência. Logo depois, fez um pronunciamento no qual afirmou que o país precisa de ações mais robustas contra o terrorismo e que “já basta“.
Ela ressaltou que este é o terceiro ataque terrorista contra o Reino Unido em apenas três meses, depois do atropelamento próximo ao Parlamento e a explosão em Manchester, e que os serviços de inteligência também conseguiram desmantelar outros cinco planos de atentados neste período.
Para Theresa May, os ataques recentes não estão conectados, mas mostrariam uma nova “onda” na qual “terrorismo gera terrorismo” e fica evidente que os terroristas estariam “copiando uns aos outros e usando as mais crueis formas de ataque”.
Ainda segundo ela, tendo em vista a nova forma de ataque, é preciso agir em 4 frentes diferentes: derrotar a ideologia do extremismo islâmico que perverte o Islã e ameaça os valores ocidentais, inclusive na internet, combatendo o terrorismo online e também no mundo real, derrotar o grupo autodenominado Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mas também no Reino Unido.
A premiê defendeu ainda uma mudança na política antiterrorista para identificar possíveis terroristas e torná-la mais robusta. “Precisamos ser mais robustos para identificar o terrorismo no setor privado e na nossa sociedade”, disse ela. Theresa May confirmou a realização das eleições gerais, previstas para 08 de junho.
O alerta de terrorismo está no nível “crítico” desde o atentado em Manchester no mês passado.
Outros ataques
No dia 22 de março, cinco pessoas morreram em um “ataque terrorista” realizado na ponte de Westminster, nos arredores do Parlamento britânico. Na ocasião, um carro atropelou pelo menos 12 pessoas, entre elas, três policiais que voltavam de uma cerimônia.
O carro bateu contra a grade das cercanias do Parlamento, um homem armado com uma faca saiu do veículo e tentou entrar correndo no Parlamento, um dos principais cartões postais de Londres, onde fica o Big Ben. Ele esfaqueou um policial e depois foi atingido a tiros pela polícia.
No dia 22 de maio, um homem-bomba matou 22 pessoas e deixou 59 feridas em um ginásio de Manchester na saída do show da cantora pop americana Ariana Grande. O ginásio Manchester Arena, onde o show ocorreu, tem capacidade para 21 mil pessoas.
O suspeito do ataque, Salman Abedi, de 22 anos, é natural de Manchester e de família de origem líbia. Ele tinha ao menos três irmãos e viveu em diversos endereços em Manchester, entre eles um local na região de Fallowfield que foi alvo de buscas nesta terça-feira.
O ataque levou o governo britânico também elevou o alerta para ataques terroristas no país para nível “crítico”, o que significa que a expectativa é de haver novos atentados a qualquer momento.
// BBC