O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depõe hoje (10), às 14h, perante o juiz federal Sérgio Moro em Curitiba, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, no processo em que o ex-presidente é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e de um sítio em Atibaia, no interior do estado.
A defesa do ex-presidente nega que ele seja dono dos imóveis.
Ontem (9), a defesa do ex-presidente recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir o adiamento do interrogatório, mas o ministro Félix Fischer negou hoje dois de três recursos da defesa do ex-presidente.
De acordo com o G1, um dos pedidos era sobre a suspensão do processo por 90 dias para que os advogados pudessem analisar diversos documentos da Petrobras que foram incluídos no caso. Se fosse aceito, o depoimento de Lula a Moro poderia ser adiado.
O segundo recurso se referia à gravação da audiência por uma equipe autônoma, mas pedido também foi negado. O terceiro e último recurso questiona se Moro é ou não “suspeito de julgar o caso” e pede suspensão do processo até análise definitiva sobre o juiz. O ministro não julgou este último pedido, mas caso ele não se manifeste, audiência é mantida para hoje.
A capital paranaense vive um clima de expectativa e recebeu, nos últimos dias, manifestantes pró e contra o ex-presidente vindos de todo país. Para hoje, estão previstos atos pela cidade.
O grupo que apoia Lula vai se concentrar na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná. Para chegar lá, os organizadores providenciaram ônibus para levar os manifestantes que estão no “acampamento pela democracia”, montado ao lado da rodoferroviária. De acordo com a organização, 5 mil pessoas estão acampadas.
Por determinação da Justiça, cercas começaram a ser colocadas entre os trilhos de trem e o acampamento, que é organizado por movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ontem (9) a 1ª Vara Federal de Curitiba concedeu reintegração de posse de parte do terreno usado pelos manifestantes pró-Lula. O pedido foi feito pela empresa concessionária Rumo, responsável pelo local. E, para garantir a segurança dos manifestantes, a Justiça determinou a colocação de cercas, já que o local é usado para manobra de trens.
O grupo contra Lula também se mobiliza. Manifestantes vindos de vários estados estão reunidos no Museu Oscar Niemeyer. A organização do movimento destaca que o ato será pacífico e serve para “demonstrar que o ex-presidente não é bem-vindo à capital”.
Com bandeiras do Brasil e o chamado Pixuleco – um boneco inflável que representa Lula vestido de presidiário – os manifestantes prometem acompanhar todo o depoimento e mostrar apoio ao que chamam de coragem do juiz federal Sérgio Moro.
Lula é acusado de ter recebido propina da OAS por meio da reserva e da reforma de um apartamento triplex no Guaruja, em São Paulo. A defesa do ex-presidente nega as acusações.
Segundo o grupo a favor do ex-presidente, após o interrogatório, ele deve ir ao acampamento conversar com os manifestantes.
Ciberia // Agência Brasil