O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (15) Édouard Philippe, que até agora era deputado na Assembleia Nacional pelo partido conservador Os Republicanos e prefeito da cidade portuária de Le Havre (norte), como o novo primeiro-ministro do país.
O secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler, foi o encarregado de anunciar que Macron tinha escolhido Philippe, e que “o encarregou de formar o novo governo”, que espera-se que seja apresentado amanhã mesmo, antes da realização do primeiro Conselho de Ministros, na quarta-feira (17).
O anúncio aconteceu pouco antes de o chefe de Estado francês deixar o Palácio do Eliseu com destino a Berlim, onde tem uma reunião às 17h30 locais (12h30 em Brasília) com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para falar do relançamento do projeto europeu.
A efetivação do novo chefe de governo deverá ser formalizada hoje mesmo, pois o premiê em fim de mandato, o socialista Bernard Cazeneuve, já havia preparado o palanque para a cerimônia de transferência de poderes desde o início da manhã em sua residência oficial no Hotel de Matignon.
Philippe não é apenas integrante do partido Os Republicanos, mas foi, durante anos, um dos colaboradores mais próximos do ex-primeiro-ministro Alain Juppé e o apoiou na campanha para as primárias da direita em novembro, quando ele foi derrotado por François Fillon.
Em uma primeira reação, Juppé disse à imprensa que Philippe “é um homem de grande qualidade para a difícil missão que lhe encarregou o presidente” e “um deputado que conhece bem os segredos da vida parlamentar“.
Seu principal desafio será colocar em prática as prioridades do chefe de Estado, sabendo que, para isso, terá que conseguir uma maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho.
Ao término do primeiro turno das eleições presidenciais, quando se soube que Macron enfrentaria a candidata da extrema direita Marine Le Pen, Philippe disse que, uma vez no poder, o atual chefe do Estado “teria que optar pela transgressão”.
Em um artigo publicado no jornal francês Libération em 3 de maio, Philippe considerou que seria necessário “deixar a dualidade antiga, cultural, institucionalizada e confortável da oposição entre direita e esquerda para constituir uma maioria de um novo tipo“, mas também advertiu que o “sistema” traria dificuldades.
// EFE