A salamandra-gigante-da-china não é uma espécie, mas cinco, que estão em risco de extinção devido à má gestão da preservação.
O maior anfíbio do mundo, a salamandra-gigante da-China (Andrias davidianus) é uma combinação de cinco espécies diferentes. A descoberta resulta de uma série de análises genéticas que foram realizadas por uma equipe de biólogos liderada por Jing Che, da Academia das Ciências chinesa, e por Samuel Rurvey, da Sociedade Zoológica de Londres.
Os cientistas já suspeitavam de que o animal poderia não ser uma espécie única. Aliás, a salamandra-gigante-da-china pode ser até oito espécies distintas, mas isso ainda não está confirmado. Os resultados foram publicados na Current Biology.
“Não ficamos surpreendidos por descobrir que era mais que uma espécie, como um estudo anterior já sugeria, mas a extensão da diversidade, que pode chegar às oito espécies, e que ficou evidenciada nas análises genéticas, nos deixou quase sem fala”, diz Jing Che.
No entanto, além da descoberta, a equipe internacional de cientistas alerta ainda, em artigo publicado também na Current Biology, para o risco de extinção que estes anfíbios enfrentam.
“A superexploração destes animais incríveis para o consumo humano teve um efeito catastrófico no número dos seus efetivos na natureza, em um período de tempo incrivelmente curto e, a menos que sejam colocadas em prática medidas urgentes para a preservação, o futuro do maior anfíbio do mundo está em sério risco”, diz Samuel Turvey, citado pelo DN.
Entre 2013 e 2016, a equipe fez várias campanhas nas zonas tradicionais de habitat destes anfíbios, mas em nenhum dos 97 locais os biólogos conseguiram identificar exemplares na natureza.
Quando questionaram as populações, só em dois casos receberam indicação de avistamentos recentes do animal, algo que pode configurar a confirmação de que a espécie subsiste em estado selvagem nessas regiões.
A captura do animal está atualmente proibida na China, mas, mesmo assim, a caça furtiva não tem dado descanso à salamandra gigante. Durante suas campanhas no terreno, a equipe de biólogos encontrou mais de 20 armadilhas destinadas à captura do anfíbio.
Embora tenha provado que a biodiversidade é maior do que o que se possa pensar, os especialistas mostraram também que ela está ameaçada.
Os responsáveis pelo estudo recomendam que as estratégias de preservação das (agora) cinco espécies seja repensada, para que os maiores anfíbios do mundo possam continuar vivos.
Ciberia // ZAP