Neste fim de semana, o livro “A Onda Azul, Azul da Cor do Mar” foi lançado em Belo Horizonte, Minas Gerais. A autora, que tem 10 anos e é chamada por todos de Lalá, mora na capital mineira e se inspirou nas experiências de seu irmão Bê, de 7 anos.
“Nós simplesmente amamos os abraços, os carinhos, os sorrisos, cada presença que lá esteve. Foi uma porção de felicidade e de gratidão pra nossas vidas!”, escreveu em sua página no Facebook Adriano Machado, o pai de Lalá e de Bê.
A família conseguiu publicar o livro depois de uma vaquinha eletrônica. A meta era arrecadar R$ 18 mil, mas felizmente foram arrecadados quase R$ 27 mil.
Conhecendo cada dia mais seu irmão autista de 7 anos e observando as semelhanças e diferenças, Lalá supera limitações e aprende o significado das palavras tolerância, respeito e cuidado com seu semelhante. Ela conta no livro – de forma leve e envolvente – a rotina do Bê.
“Com muito amor e carinho e com a ajuda dos pais, ela nos mostra como foi percebendo os sinais do irmão e aprendendo a conviver com o jeito diferente dele de se comunicar, brincar e expressar sentimentos”, disse Adriano Machado ao Só Notícia Boa.
Em um trecho do livro, Lalá lembra do dia em que a família passeava na praia e o pai falou para ela: “Sabia que podemos levar coisas boas para as pessoas, igual à onda do mar”? Aí fiquei pensando em uma onda azul, azul da cor do mar. Quando uma pessoa faz um bem e passa este bem para frente, é como uma onda, só que neste caso, em vez de levar conchinhas, Lalá, a onda leva coisas boas”.
Ela lembra que a mãe complementou: “Uma das coisas bonitas da vida é cada um ser de um jeito, e com jeitos diferentes aprendemos a ser melhor a cada dia”.
“Todos os dias o Bê me faz aprender coisas novas, então todo dia sou de um jeito diferente. Aprendo também que ele não tem que saber o que fazer o tempo todo, mas que ele pode sempre aprender muitas coisas boas comigo”, recorda a menina.
Lalá conta no livro que deseja ser médica e terapeuta para cuidar do irmão e levar coisas boas para quem precisar.
O autismo
O livro narra, através de relatos de vida, como os sintomas do autismo podem ser observados para o diagnóstico precoce do problema. Muitos sinais “passam batidos” aos pais, o que leva estas crianças a chegarem tardiamente aos recursos terapêuticos.
E a acessibilidade para a comunicação? “Hoje em dia temos muitos recursos para interagir com quem não tem a expressão oral, mas isso é ainda muito desconhecido das pessoas”, lembra. O livro traz orientações de especialistas de diferentes áreas.