O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou sair na tarde deste sábado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), para se entregar à Polícia Federal, mas dezenas de militantes bloquearam um dos portões e o impediram.
Acompanhado por seu advogado Cristiano Zanin, Lula estava no banco de trás de um automóvel que ficou próximo de passar pelo portão – que chegou a ser arrancado pelos militantes – do sindicato, mas como não foi possível, Lula saiu do veículo e voltou para o edifício.
Uma multidão se concentrou desde quinta-feira na frente do sindicato onde Lula começou sua carreira sindical e política, e muitos militantes continuam no local. O ex-presidente anunciou que se entregará para começar a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nas proximidades do edifício também há veículos descaracterizados que, aparentemente, são da Polícia Federal e seriam usados para levar Lula até um dos aeroportos da capital paulista – de onde embarcaria para Curitiba – ou para a superintendência da corporação em São Paulo, para passar por um exame de corpo de delito.
Em Curitiba, onde está previsto que cumpra pena, Lula deve ficar preso em uma cela de 15 metros quadrados preparada especialmente para ele.
O decreto de prisão de Lula foi assinado na quinta-feira pelo juiz federal Sérgio Moro, que deu prazo para o ex-presidente se apresentar às autoridades até as 17h (de Brasília) do dia seguinte. O prazo, porém, foi descumprido, e hoje, após um ato junto com dirigentes de partidos de esquerda e de movimentos sociais, Lula anunciou a decisão de se entregar.
// EFE