Um museu da China pediu a peritos de todo o mundo que ajudem a decifrar caracteres com 3 mil anos de antiguidade e ofereceu milhões de dólares a quem o conseguir, informou neste domingo (23) o diário South China Morning Post.
O Museu Nacional de Escritos Chineses, na cidade de Anyang, no centro da China, promete na sua página na internet, pagar 100 mil yuan (cerca de R$ 40 mil) por cada caractere antigo ainda não decifrado pelos pesquisadores, e metade desse valor se forem caracteres sobre os quais há várias teorias sobre o seu significado.
As inscrições, que se assemelham aos modernos caracteres chineses, são os mais antigos registros escritos pela civilização na China. Foram esculpidos por antigos profetas em carapaças de tartarugas e ossos de bovino.
Nos textos, sobre temas que variam desde a meteorologia ao pagamento de impostos, há cerca de 5 mil caracteres dos quais os peritos apenas conseguiram decifrar 2 mil, pelo que os restantes, muitos deles relacionados com nomes de lugares e de pessoas da época, continuam um mistério para historiadores e paleógrafos.
O museu de Anyang incentiva investigadores de todo o mundo a utilizar novas técnicas, como a computação em nuvem e a análise de metadados, para procurar a solução para os enigmas dos antigos escritos chineses.
Segundo o SCMP, a oferta de recompensas foi uma prática iniciada em outubro de 2016, devido ao impasse atingido pelos investigadores do museu.
Segundo Liu Fenghua, um especialista em oráculos esculpidos em osso da Universidade de Zhengzhou, “muitos dos caracteres se referem a nomes de pessoas e locais, que foram mudando ao longo do tempo – o que torna muito difícil decifrá-los”.
“Conseguir decifrar estes caracteres é um momento alto na carreira de um investigador, mas por motivos financeiros, a maior parte foi desistindo de os estudar e acabou por focar sua investigação em outros temas”, acrescenta Fenghua.
No entanto, uma coisa parece certa: ter que pagar impostos é um problema que preocupa a humanidade desde o início dos tempos.
Ciberia // ZAP