O governo da Holanda apresentou um plano de energia de longo prazo que estipula o banimento de novos carros movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035. Além disso, todas as casas terão as fontes de gás natural desconectadas a partir de 2050.
Esse plano teve amplo apoio parlamentar, apesar de muitos partidos políticos declararem que ele poderia ter ido mais longe.
Com o plano, a Holanda, casa da transnacional Shell – uma das maiores companhias de petróleo e gás do mundo – pode ser um dos primeiros países do mundo a colocar uma data mais específica para acabar com os combustíveis fósseis em motores de carros.
A agenda estabelece que, de 2035 em diante, todos os carros vendidos devam ter emissão zero, sejam elétricos ou movidos a hidrogênio. A maioria do parlamento holandês havia solicitado que a mudança ocorresse em 2025, mas, segundo o ministro, essa data seria inviável por estar muito próxima.
Gás natural e foco na redução de CO2
Segundo o plano holandês, novas casas não serão conectadas com redes de gás natural. Já as casas existentes serão gradualmente desconectadas. A partir de 2050, as residências não usarão mais gás natural. Elas serão aquecidas a partir de calor residual de processos industriais e por fontes geotérmicas. Uma nova infraestrutura será construída.
Essa mudança será significativa, já que a Holanda, desde os anos 60, é a maior produtora de gás natural da Europa e a maior exportadora, além de ter uma das maiores redes de distribuição de gás do mundo. Os custos da troca de rede devem chegar a € 200 bilhões ao longo de 20 anos.
Alguns setores da indústria holandesa precisarão de gás para funcionarem. Desse modo, terão que utilizar técnicas de armazenamento de carbono para compensar emissões.
Por fim, a agenda energética da Holanda diz que as atenções dos europeus a respeito de mudanças climáticas e do setor energético devem estar voltadas para a redução de CO2.
Focar na eficiência energética e nas energias renováveis deveriam ser medidas secundárias com relação ao cumprimento de metas de redução de carbono no ambiente, segundo o plano.
// EcoD