Quando estamos gripados, há sempre uma narina que fica mais entupida do que a outra. E, muitas vezes, ao longo do dia, esse entupimento vai alternando entre uma narina e outra. Não é uma mera coincidência! É um processo fisiológico que assegura a saúde do nariz.
A explicação está no chamado Sistema Nervoso Autônomo, que controla funções como a digestão e a frequência cardíaca, que são realizadas sem que pensemos nelas.
No caso do nariz, o Sistema Nervoso Autônomo assegura o que se chama de “ciclo nasal”, ou seja, o “ritmo natural de congestão e descongestão das cavidades nasais nos seres humanos”, como se explica no site Infoescola.com.
Assim, quando uma narina está entupida, há “um congestionamento fisiológico da concha nasal”, devido à ativação seletiva de uma metade do Sistema Nervoso Autônomo pelo hipotálamo”, acrescenta-se na mesma publicação.
O processo passa por um “crescimento do fluxo sanguíneo” que provoca “a congestão em uma narina, durante cerca de três a seis horas, antes de mudar para o outro lado”, segundo nota a médica Jennifer Shu, num consultório médico da CNN.
Mas mesmo sem estarmos constipados, as narinas vão alternando o esforço exigido pelo ciclo nasal. Isso significa que, de duas a quatro horas, uma delas vai “trabalhando” mais, deixando passar mais ar, do que a outra, mesmo sem que percebamos disso.
O funcionamento alternado das duas fossas nasais impede “uma secagem excessiva, crostas e infecções, que são resultados da passagem que está aberta ao fluxo de ar constante, especialmente em regiões do deserto”, explica ainda o Infoescola.
Deste modo, o processo mantém o nariz funcionando na sua plenitude para desempenhar funções importantes como filtrar as partículas que se encontram no ar inalado, para que ele chegue aos pulmões mais limpo, e ajustar a temperatura corporal.
Todavia, a alternância do esforço entre narinas seria também uma forma de refinar o nosso sentido do cheiro.
“Alguns cheiros são mais fáceis de identificar nas correntes de ar mais rápidas na narina ‘aberta’, enquanto outros são melhor detectados nas correntes de ar mais lentas da narina ‘restrita’”, refere o cientista Anthony Warren, CEO da empresa BreatheSimple, que fornece um programa de treino personalizado de saúde respiratória, através de um software para celulares.
Da próxima vez que tiver o nariz entupido, vai certamente pensar na situação de uma outra forma sabendo desses dados, mesmo que esse conhecimento não alivie o incômodo.
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