A NASA está prestes a embarcar numa jornada para estudar o interior de Marte. A agência espacial realizou uma coletiva de imprensa no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia, detalhando a próxima missão ao Planeta Vermelho.
Com lançamento previsto para 5 de maio, o “lander” estacionário InSight da NASA será a primeira missão dedicada a explorar o interior profundo de Marte. Essa também será a primeira missão da NASA, desde os pousos lunares das missões Apollo, a possuir um sismógrafo, dispositivo que mede tremores no solo.
Para Bruce Banerdt, do JPL e cientista principal da InSight, é também um trabalho de amor. Banerdt trabalhou mais de 25 anos para tornar a missão uma realidade.
“De certa forma, a InSight é como uma máquina do tempo que nos trará de volta informações sobre os primeiros estágios da formação de Marte há 4,5 bilhões de anos”, comenta Banerdt. “Irá nos ajudar a aprender como os corpos rochosos se formam, incluindo a Terra, a Lua e até mesmo planetas em outros sistemas solares”, afirmou.
O veículo de pouso InSight transporta um conjunto de instrumentos sensíveis para recolher dados e, ao contrário de uma missão móvel como as dos rovers, os instrumentos requerem um módulo estacionário a partir do qual podem ser cuidadosamente colocados acima e abaixo da superfície marciana.
De certo modo, Marte é o “exoplaneta mais próximo” – um exemplo vizinho de como o gás, a poeira e o calor se combinam e se organizam para formar um planeta. Ao observarem o interior profundo de Marte, os cientistas poderão compreender o quanto sua crosta, manto e núcleo são diferentes da Terra.
A NASA não é a única agência animada com a missão InSight. Vários parceiros europeus contribuíram com instrumentos ou componentes de instrumentos. O Centro Nacional de Estudos Espaciais, na França, liderou uma equipe multinacional que construiu um sismômetro ultrassensível para detectar terremotos marcianos.
O Centro Aeroespacial Alemão desenvolveu uma sonda térmica que vai se enterrar de forma autônoma até 5 metros no subsolo e medir o calor que flui de dentro do planeta.
“A InSight é uma verdadeira missão espacial internacional“, realça Tom Hoffman, gestor de projetos no JPL. “Nossos parceiros nos forneceram instrumentos incrivelmente capazes que tornarão possível a recolha de dados científicos únicos depois de pousarmos”.
Atualmente, o “lander” Insight está na Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia, em fase de preparação final antes do lançamento. Na semana passada, o dispositivo completou o que é conhecido como teste de rotação: toda a nave gira a uma alta velocidade para confirmar seu centro de gravidade.
Isso é crucial para a sua entrada, descida e pouso em Marte em novembro, explica Hoffman. Durante este mês, a plataforma científica será acoplada ao foguete, as ligações entre os dois serão verificadas e a equipe de lançamento passará por um treino final.
“Este mês será emocionante”, disse Banerdt. “Temos ainda algum trabalho final por fazer, mas estamos quase prontos para ir a Marte”. Empolgante, não?