Pela primeira vez na história, a Netflix teve duas produções participando do Festival de Cannes: até aí, nenhuma grande novidade.
A questão é que na última quinta-feira (18) foi exibido o primeiro longa, Okja, que foi recebido com vaias assim que a logo da Netflix apareceu na tela.
Tudo isso aconteceu porque o filme estava concorrendo à Palma de Ouro, e o presidente do júri, Pedro Almodóvar, declarou que não concorda que o prêmio seja entregue a um longa que não fosse exibido nos cinemas.
Como se a situação já não fosse constrangedora o suficiente, a transmissão de Okja teve que ser interrompida por vários minutos. Falhas técnicas estavam tapando 3/5 da imagem, o que gerou ainda mais vaias e comentários como “Seria praga do Almodóvar?”.
Depois de toda a polêmica, a organização do Festival emitiu comunicado assumindo a responsabilidade pelos problemas e pediu desculpas ao diretor Bong Joon-Ho e à Netflix.
Durante a coletiva de imprensa, realizada depois da sessão, Bong Joon-Ho disse: “Só fiquei muito feliz porque Almodóvar verá o filme hoje à noite. Estou bem, ele pode dizer o que quiser. Sou um grande fã dele, então o fato dele falar sobre o filme já me deixa contente.”
Já a atriz Tilda Swinton , que protagoniza o filme com Jake Gyllenhal, afirmou que a ideia não era competir, e sim apresentar Okja. “A verdade é que não viemos pelos prêmios, mas para mostrar este filme para o Festival de Cinema de Cannes e para as pessoas de todo o mundo que se reuniram aqui”.
“Acredito que essa seja a conversa realmente interessante e que está apenas começando, mas a verdade é: você quer saber o que eu realmente acho? Eu acho que há espaço para todos”, declarou a atriz.
Seja como for, ainda há muita questões que precisam ser discutidas. Pelo fato de as obras serem transmitidas no serviço de streaming, nem todos consideram as produções da Netflix como obras cinematográficas. Qual é sua opinião?
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