O cardeal George Pell, responsável pelas finanças do Vaticano, compareceu nesta quarta-feira (26) ao tribunal de Melbourne, na Austrália, em uma prévia do julgamento do caso no qual é acusado de pedofilia.
Na audiência, que durou cerca de seis minutos, o tribunal ordenou que a polícia entregue todas as provas aos advogados de Pell antes do dia 8 de setembro, citando todas as partes no dia 6 de outubro.
O cardeal, vestido com uma jaqueta preta e colarinho clerical, chegou escoltado por policiais e seus advogados e não fez declarações no tribunal, onde também estavam as vítimas que o acusam de supostos abusos sexuais.
Na porta do tribunal, estavam diferentes grupos protestando a favor e contra o religioso, de 76 anos.
As autoridades ainda não revelaram o número de acusações por pedofilia contra o cardeal australiano e nem o período em que elas teriam ocorrido.
Pell foi acusado formalmente no dia 29 de junho pela polícia australiana e no dia seguinte, em Roma, se defendeu durante uma entrevista coletiva.
Considerado o número 3 do Vaticano, retornou no último dia 10 para a Austrália, acompanhado por uma comitiva de segurança.
Pell foi sacerdote na sua cidade natal, em Ballarat, entre 1976 e 1986, no estado de Victoria, sudeste da Austrália, e arcebispo entre de Melbourne nos anos de 1996 a 2001.
Não é a primeira vez que o atual cardeal é acusado de ter cometido abusos sexuais. Em 2002, quando era arcebispo de Sydney, um homem disse ter sido vítima de Pell em 1961, quando tinha 12 anos.
As investigações na época inocentaram o religioso.
George Pell foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo II, em 2003, e há três anos foi escolhido pelo papa Francisco como presidente do Departamento de Economia da Santa Sede, um posto criado pelo pontífice para enfrentar os escândalos em torno das finanças do Vaticano.
// EFE