O mundo pode ficar sem água até 2050

Um relatório da gigante multinacional Nestlé elaborado em 2009 e recentemente disponibilizado na página WikiLeaks revela uma situação preocupante: o Mundo está ficando sem água. Essa pesquisa foi enviada para oficiais do governo estadunidense em caráter secreto.

A empresa considerou como limite global sustentável máximo o consumo de 12.500 quilômetros cúbicos de água potável por ano – em 2008, foi registrado o uso de 6.000 quilômetros cúbicos -, mas ao que parece, o aumento da demanda tornará impossível a manutenção dessa quantidade.

Os principais responsáveis pelo grande aumento do consumo da água são a crescente população a nível mundial, a intensificação do consumo de carne e as novas demandas de biocombustível.

A Nestlé acredita que cerca de um terço do mundo irá sofrer com a escassez de água em 2025 e os problemas serão mais severos nas regiões do Oriente Médio, norte da Índia, norte da China e oeste dos Estados Unidos.

Uma verdadeira catástrofe está prevista para 2050, quando a falta de água será global.

Para evitar que o consumo de água potável se intensifique ainda mais, a companhia sugere três medidas:

  • a criação de um mercado virtual para controle do recurso (bastante conveniente se considerarmos que seria a própria Nestlé uma das principais empresas a atuar no mercado);
  • eliminação de subsídios e medidas preferenciais dadas à produção de biocombustíveis; adoção geral de plantas modificadas geneticamente que requeiram menos água em sua manutenção
  • liberalização do comércio da agricultura por todo o globo (o que também resultaria em grandes vantagens para os produtores gigantes).

O Banco Mundial confirma a existência de uma crise sem precedentes, causada pelo aumento populacional e econômico, revelando que, atualmente, cerca de 1,6 bilhões de pessoas enfrentam a escassez de água – número que pode dobrar até 2025.

Hoje, 70% do consumo de água é destinado para a agricultura e para atender a uma população que chegará a 9 bilhões em 2050 será preciso aumentar a produção em 40% – o que significará 15% a mais no fornecimento de água -, isso sem falar na necessidade de se gerar mais energia elétrica.

Um relatório publicado em maio deste ano revela que as mudanças climáticas serão responsáveis pela piora da escassez de água, podendo custar, para algumas regiões, o equivalente a 6% de seu PIB, resultando em processos de migração e conflitos, os quais podem também se intensificar por conta do aumento do preço de alimentos.

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