Cerca de 90% da população mundial tem algum tipo de preconceito contra mulheres, afirma um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quinta-feira (05/03).
A análise mostra que o preconceito contra as mulheres persiste em todo o mundo, tanto entre os homens como entre as mulheres.
Entre os consultados em 75 países e territórios, 90,6% dos homens e 86,1% das mulheres mostraram ter ao menos um preconceito claro na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação, violência doméstica e direitos reprodutivos das mulheres. O percentual sem distinção de sexo é de 88,35%.
Segundo o estudo, cerca de metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas. Além disso, 28% dos consultados consideram justificado que um homem bata na sua esposa.
Os 75 países e territórios considerados respondem por 81% da população mundial, e as discrepâncias entre eles são grandes.
Se na maioria dos países africanos, latino-americanos e do Oriente Médio quase todos os consultados têm algum tipo de preconceito contra as mulheres, na Europa, na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos os percentuais são bem menores.
No Brasil, 89,5% dos entrevistados revelaram ter ao menos um preconceito contra mulheres; e 52,39%, ao menos dois, considerando as áreas apresentadas. Os brasileiros se revelaram mais preconceituosos na questão da integridade física da mulher, na qual o percentual chega a 77,95%. Isso inclui a violência doméstica e os direitos reprodutivos.
No outro extremo, os brasileiros se mostraram menos preconceituosos em relação à educação. Os consultados deveriam dizer se concordam com a afirmação “a universidade é mais importante para um homem do que para uma mulher”. Aqui, o percentual de pessoas com preconceito, ou seja, que concordam com a afirmação, é de 9,32%.
Na América Latina, países como Colômbia e Equador têm percentuais de pessoas com ao menos um preconceito semelhantes ao do Brasil, ou seja, perto de 90%. Já na Argentina, Chile ou Uruguai, o percentual cai para 75%.