Cientistas acabaram de descobrir novos tipos de células no cérebro humano

Cientistas criaram uma nova maneira de categorizar neurônios em um nível molecular. Uma equipe de pesquisadores do Instituto Salk e da Universidade da Califórnia em San Diego, ambos nos EUA, anunciaram que tal esforço revelou novos tipos de células cerebrais.

De acordo com um dos autores do estudo, Joseph Ecker, décadas atrás, os neurônios eram identificados por sua forma. Agora, com a nova abordagem molecular, os cientistas podem separar os tipos de célula de maneira muito mais precisa.

Em suma, ao sequenciar a estrutura molecular dos neurônios, podemos começar a ordená-los em subgrupos para ter uma melhor compreensão da funcionalidade de cada um.

Mapear exatamente como o cérebro humano funciona é, talvez, o passo mais promissor quando se trata de encontrar novas formas de combater doenças neurológicas e até nos permitir melhorar a inteligência humana.

“É impressionante que possamos separar um cérebro em células individuais, sequenciar seus metilomas e identificar muitos novos tipos de células, juntamente com seus elementos reguladores de genes, que tornam esses neurônios distintos uns dos outros”, observa Ecker.

wellcomeimages / Flickr

Há centenas, senão milhares, de tipos de células cerebrais com diferentes funções e comportamentos

A pesquisa permitirá aos cientistas criar uma “lista de peças” completa de cada neurônio e sua função. Segundo Chongyuan Luo, coautor do trabalho de pesquisa, esse mapeamento abrirá uma série de novas portas.

Existem centenas, senão milhares, de tipos de células cerebrais que têm diferentes funções e comportamentos. E é importante saber quais são todos esses tipos para entender como funciona o cérebro”.

O próximo passo da pesquisa é estudar diferenças moleculares no cérebro de indivíduos saudáveis versus indivíduos com doenças cerebrais.

Salk Instiutute

A equipe de pesquisadores: Chongyuan Luo, Margarita Behrens, Joseph Ecker, Christopher Keown, Eran Mukamel

“Se houver um defeito em apenas 1% das células, devemos poder vê-lo com este método”, explica Luo. “Até agora, não teríamos chance de identificar algo em tão pequena porcentagem de células”.

Ao determinar os tipos de células exatos que podem ser responsáveis por uma doença, estudos futuros poderiam se concentrar em corrigir essa anormalidade.

“Podemos desenvolver, a partir desta informação, novas ferramentas para estudar populações celulares particulares, uma vez que saibamos que elas existem”, conclui Ecker.

O estudo foi publicado na revista Science no dia 10 deste mês.

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