Cientistas canadenses identificaram restos do cráton do Atlântico Norte, que faz parte das estruturas mais antigas da litosfera terrestre.
A descoberta ocorreu por mero acaso, quando os geólogos pesquisavam quimberlitos, informou em 19 de março o portal Heritage Daily.
Quimberlitos são rochas que podem conter diamantes e que foram formadas há milhões de anos a profundidades de 150 a 400 quilômetros, tendo sido trazidas à superfície por forças geológicas e químicas.
Carregam consigo, assim, muitos dados geológicos de nosso planeta. Mal iniciaram a recolha de amostras de quimberlitos na região, os cientistas se aperceberam imediatamente de algo fora do comum.
“A composição mineral era tão única que não havia como enganar”, afirmou a geóloga Maya Kopylova, citada pelo portal, que acrescentou que foi como juntar uma peça perdida de um quebra-cabeças.
Os crátons são estruturas geológicas antigas de bilhões de anos, partes estáveis de núcleos da crosta continental que ancoram e reúnem outros blocos continentais ao seu redor. Alguns destes núcleos ainda estão presentes no centro das placas continentais existentes, como a placa da América do Norte, mas outros continentes antigos dividiram-se em partes menores.
A placa continental do cráton do Atlântico Norte pulverizou-se em fragmentos há 150 milhões de anos, estendendo-se atualmente pelo norte da Escócia, a parte sul da Groenlândia até à província canadiana de Labrador.
O fragmento recentemente identificado no sul da ilha Baffin adiciona cerca de 10 por cento à extensão do cráton do Atlântico Norte.
“Com esta descoberta somos agora capazes de reconstruir as formas dos antigos continentes com base nas rochas mais profundas do manto terrestre”, disse Kopylova.
O artigo termina referindo que a descoberta é preciosa não só para a ciência mas também para as empresas diamantíferas.
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