Um novo surto de covid-19 em Pequim nos últimos dias levou ao fechamento de vários bairros da cidade, com a realização de milhares de testes na população e a imposição de controles de segurança e o fechamento de escolas nesta segunda-feira (15/06). Foram detectados 79 novos casos da doença, todos associados a mercados de alimentos na capital chinesa.
Depois de dois meses sem o registro de novas infecções no país onde surgiu a pandemia de covid-19 em dezembro do ano passado, a doença era considerada como amplamente controlada até a detecção dos novos casos em Pequim na semana passada.
Nesta segunda-feira, as autoridades registraram 40 novos casos em todo o país, 36 deles na capital. O ressurgimento do coronavírus gerou uma nova onda de incertezas sobre a cidade que abriga as sedes de várias corporações de grande porte, enquanto o país ainda tenta superar os efeitos da crise gerada pela doença.
O núcleo de contaminação surgido no mercado de Xinfadi, no sul da cidade, alimentou temores de uma segunda onda da doença.
“O risco de uma disseminação epidêmica é bastante alto”, afirmou um porta-voz do governo local ao justificar as medidas para conter o vírus.
No mercado de Xinfadi circulam diariamente toneladas de vegetais, frutas e carnes. O local é composto por um complexo de armazéns e centros de vendas que se espalham por uma área equivalente a 160 campos de futebol, e é 20 vezes maior do que o mercado de Wuhan, identificado como ponto de origem do primeiro surto da doença.
O coronavírus também foi detectado no mercado Yuquandong, no distrito de Haidian, no noroeste da capital, onde ao menos uma pessoa infectada teria conexão com o mercado de Xinfadi. O local também foi interditado, assim com as escolas próximas. Os moradores de dez conjuntos habitacionais na região foram proibidos de deixarem suas casas.
As medidas adotadas em várias partes da cidade incluem a imposição de postos de controle que funcionam 24 horas e o fechamento de escolas e centros esportivos, além das verificações de temperaturas nas pessoas em centros de compras, supermercados e escritórios.
Neste domingo, a cidade passou a realizar dezenas de milhares de testes para detectar novas infecções. Em alguns bairros, funcionários municipais foram enviados para identificar pessoas que tenham passado pelo mercado de Xinfadi ou que teriam entrado em contato com esses indivíduos.
As autoridades disseram que mais de 76 mil testes foram realizados em pessoas associadas aos dois mercados. Quase 200 postos de testagem foram estabelecidos na capital. Várias cidades chinesas alertaram seus cidadãos para não viajarem para Pequim.
Um epidemiologista do governo chinês disse que análise da sequência de DNA do vírus de Xinfadi sugere que o surto na região do mercado pode ter como origem a Europa.