Há centenas de milhões de anos a Terra estava completamente coberta de gelo, similar a uma enorme bola de neve, de acordo com a hipótese da Terra Bola de Neve.
Naquela época as condições climáticas eram “tão severas que toda a superfície da Terra, de polo a polo, inclusive os oceanos, congelou completamente“, de acordo com Melissa Hage, cientista e ambientalista do Colégio Oxford da Universidade de Emory, de acordo com o portal Live Science.
Os cientistas acreditam que entre 750 milhões e 580 milhões anos atrás a Terra passou por três ou quatro períodos de glaciação, quando quase toda ou toda a superfície do nosso planeta esteve coberta de gelo, e que cada um deles durou aproximadamente 10 milhões de anos. Os analistas estimam que durante esses períodos a temperatura global tenha diminuído em média até 50 graus negativos.
Segundo eles, isso ocorreu, provavelmente, porque todas as massas terrestres do planeta se encontravam no equador ou em uma zona próxima, o que desencadeou um processo de meteorização, ou seja, a decomposição de minerais e rochas na superfície da Terra. Por sua vez, este processo levou à diminuição dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, de tal forma que, sem gases de efeito estufa, o ciclo da água se deteve. Tudo junto acabou causando um resfriamento global.
“Uma vez que os oceanos polares começaram a congelar, uma maior quantidade de luz solar se refletiu nas superfícies brancas e o resfriamento se intensificou”, comentou.
Os especialistas consideram que os vulcões seguiram emitindo dióxido de carbono na atmosfera durante os períodos de glaciação, esquentando o planeta por um período bastante para que se renovasse o ciclo da água. A temperatura global aumentou e o processo de meteorização seguinte ajudou a controlar os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Quando a Terra se esquentou e saiu de sua fase de congelação intensa, durante um período de tempo bastante “curto” (aproximadamente 40 milhões de anos) ocorreu a explosão de vida, o surgimento súbito e a rápida diversificação de organismos no início do período Cambriano.
De acordo com Hage, é improvável que no futuro a Terra volte ao seu estado de “bola de neve”. “Inclusive com invernos extremos, se formariam placas de gelo continentais, o que deteria a meteorização continental e permitiria que o dióxido de carbono se acumulasse na atmosfera, dando lugar ao aquecimento em lugar de uma congelação descontrolada”, ressaltou a cientista.
// Sputnik News