Um relatório preliminar da Polícia Federal, anexado ao inquérito que investiga o emedebista e outros membros do governo por supostas irregularidades na edição de um decreto para o setor de portos, reproduz uma tabela datada de 1998 que sugere pagamentos de empresas do Porto de Santos (SP) ao peemedebista e aliados.
De acordo com a Folha, a PF agora considera a tabela um elemento relevante para as investigações, pois há referências a “quase todos os atores” da investigação aberta no ano passado em decorrência da delação da JBS.
A tabela é conhecida das autoridades desde os anos 90, quando foi apresentada pela ex-mulher de um ex-presidente da Codesp, órgão que administra o porto. Ela é parte de outro inquérito, que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi arquivado em 2011 por decisão do ministro Marco Aurélio Mello. O arquivamento ocorreu depois que Temer (MDB) se tornou vice-presidente de Dilma Rousseff (PT).
O papel é datado de agosto de 1998 e intitulado “Parcerias realizadas – concretizadas / a realizar”. Ele traz iniciais de nomes ao lado de percentuais e valores relacionados a seis itens, incluindo a Rodrimar e a Libra, empresas que administram terminais de portos em Santos (SP), feudo político de Temer.
O papel indica “MT”, provável referência a Michel Temer, ao lado dos registros “3,75%, $ 640.000,00” no espaço que trata da Libra, cuja “participação” era de 7,5%, com um “saldo a receber” de “$ 1.280.000”. As iniciais do presidente também estão ao lado do nome da Rodrimar, uma empresa que também administra o Porto em Santos, com a cifra de “$ 600.000”. A Rodrimar é um dos alvos da apuração aberta em 2017.
Ciberia // Revista Fórum
Um Deputado Federal que sempre foi eleito com votações modestas em São Paulo, tornou-se presidente da Câmara, três vezes, foi Presidente do PMDB durante treze anos, angariou no parlamento influência muito maior que sua estatura política, baseada no sucesso eleitoral, que em muitas eleições se deu por causa dos votos de legenda. Qualquer pessoa com um mínimo de trânsito pelos corredores do parlamento sabe dessa influência a mais de trinta anos, tempo que essa suspeição é amplamente comentada nos bastidores de Brasilia e do Estado de São Paulo, suspeição com força de verdade. Esse poder sempre foi atribuído ao Porto de Santos. Eduardo Cunha, Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel, Henrique Eduardo Alves, Beto Mansur, são crias e associados dessa cooperativa, pelo poder de Temer na articulação de seu quadrilhão, não por acaso e sim por semelhanças, uns mais atirados outros mais discretos, mas essa união de forças e camaradagem vem de longa data, a união fez a força. Haverá um momento da investigação em que, cada enxadada, muitas minhocas.