A polícia norueguesa indicou hoje investigar o desaparecimento de um sócio de Julian Assange, fundador da Wikileaks. Chamado Arjen Kamphuis, ele é um especialista em cibersegurança e foi visto pela última vez há quase duas semanas no norte da Noruega.
“Abrimos um inquérito”, disse um porta-voz da polícia, Tommy Bech, citado pela agência francesa AFP, acrescentando não ter ideia de onde pode se encontrar o cidadão holandês. A polícia “se recusa a especular sobre o que poderia ter acontecido a ele“, frisou o responsável policial.
A Wikileaks, site que ficou conhecido em 2010 pela divulgação de comprometedores documentos secretos militares norte-americanos, publicou no sábado (1º) no Twitter sobre “o estranho desaparecimento” de Kamphuis, precisando que ele foi visto pela última vez no dia 20 de agosto deixando o seu hotel em Bodo, no norte da Noruega.
Segundo o Wikileaks, Kamphuis tinha um bilhete de avião para 22 de agosto, com partida de Trondheim, a mais de 700 quilômetros a sul de Bodo.
“O percurso de trem entre as duas localidades demora cerca de 10 horas”, precisou o site, desencadeando o aparecimento de inúmeras teorias da conspiração no Twitter sobre o que teria acontecido a Arjen Kamphuis.
Julian Assange, cidadão australiano de 47 anos, está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, para escapar de um mandado de prisão europeu emitido pela Suécia, por uma suposta violação sexual.
Assange garante ser completamente inocente, dado que as relações sexuais com a reclamante teriam sido consentidas, e argumenta que a acusação é uma manobra para se conseguir sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser processado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.
Em maio, a Suécia abandonou a investigação a Assange, encerrando uma saga judicial que durava desde 2010, mas o fundador do Wikileaks continua refugiado na embaixada equatoriana.
A cidadã sueca que acusa Julian Assange de estupro, por sua vez, se declarou “chocada” e considerou “um escândalo” a decisão da procuradoria do seu país de abandonar o processo contra Assange.
Ciberia, Lusa // ZAP