O governo do Equador confirmou que irá cortar o acesso à internet para o fundador da WikiLeaks. Foram os comentários de Julian Assange nas redes sociais sobre o caso Skripal que motivaram a decisão.
Embora tenha sido aconselhado várias vezes a não se expressar através das redes sociais, Julian Assange voltou a fazê-lo. Desta vez, sobre o caso Skripal, em que critica a decisão do governo britânico de expulsar diplomatas russos em resposta ao envenenamento do ex-espião.
Na segunda-feira (26), o fundador da WikiLeaks questionou no Twitter se Moscou seria mesmo responsável pelo envenenamento.
“Ainda que seja razoável que Theresa May queira olhar para o Estado russo como o principal suspeito, até agora as provas são circunstanciais e a Organização para a Proibição de Armas Químicas ainda não confirmou o envolvimento russo, permitindo que o Kremlin continue a sustentar sua tese de perseguição”, escreveu.
No entanto, segundo o Público, os comentários chamaram a atenção do deputado do Partido Conservador britânico, responsável pelas Relações Exteriores, Alan Duncan, que, em debate na Câmara dos Comuns, chamou Assange de “pequena lesma miserável“.
Julian Assange respondeu e o governo do Equador não gostou. No final de 2017, Assange prometeu não interferir nas relações internacionais do Equador. Contudo, no entender do governo do país, está em falha com o prometido.
“O governo do Equador adverte que o comportamento de Assange, com suas mensagens nas redes sociais, põe em risco as boas relações que o país mantém com o Reino Unido, com os membros da União Europeia e outras nações”, diz o governo latino em comunicado.
Assim, a embaixada equatoriana em Londres, na qual o fundador da WikiLeaks está refugiado desde 2012, anunciou que impôs restrições a Assange no que diz respeito ao acesso a comunicações.
Mas essa não é a primeira vez que a embaixada retira os direito de acesso à internet de Julian Assange. Em 2016, o Equador cortou seu acesso por considerar que havia potencial de interferência nas eleições presidenciais norte-americanas, pouco depois de a WikiLeaks ter divulgado e-mails enviados e recebidos por Hillary Clinton.
Ciberia // ZAP