Uma morte em cada seis ocorridas no mundo em 2015 esteve ligada à poluição, essencialmente à poluição do ar, mas também da água e dos locais de trabalho, segundo um estudo publicado na última sexta-feira (20) pela revista The Lancet.
“Estima-se que as doenças causadas pela poluição tenham sido responsáveis por 9 milhões de mortes prematuras em 2015, ou seja, 16% do total de mortes no mundo”, diz o estudo, resultante de dois anos de trabalho de uma comissão que juntou a revista médica britânica, vários organismos internacionais, organizações não-governamentais e cerca de 40 cientistas especializados em questões de saúde e meio ambiente.
O balanço representa “três vezes mais mortes do que a Aids, a tuberculose e o paludismo reunidos e 15 vezes mais do que as provocadas por guerras e todas as outras formas de violência”, destacam os autores.
A poluição do ar, externo e interno, é responsável por 6,5 milhões de mortes por ano, principalmente através de doenças não transmissíveis, como as doenças cardíacas, os AVCs, o câncer de pulmão e a broncopneumonia crônica obstrutiva.
A água poluída está associada a 1,8 milhões de mortes, através, por exemplo, do mau saneamento ou da contaminação das fontes, causa de doenças gastrointestinais e infecções parasitárias. A poluição no local de trabalho causou 800 mil mortes, pela exposição a substâncias tóxicas ou cancerígenas.
Mas o estudo da Lancet adverte que a avaliação está “provavelmente subestimada”, considerando “as numerosas substâncias químicas emergentes que ainda não têm identificação”.
O fenômeno afeta em primeiro lugar “as populações pobres e vulneráveis”, destacou-se no documento, com 92% destas mortes em países com rendimento médio ou fraco e, dentro de cada país, incide mais sobre as minorias e as populações marginalizadas.
Nos países em vias de industrialização rápida como a Índia, o Paquistão, a China, Madagascar ou o Quênia, uma morte em cada quatro pode ser ligada à poluição.
Ciberia // ZAP