Trabalhadores de uma das fábricas fornecedoras da marca Zara, do grupo espanhol Inditex, usaram as peças de roupa que produziam para denunciar a falta de pagamento por parte da empresa.
Funcionários turcos de uma das empresas fornecedoras da marca Zara se manifestaram publicamente por falta de pagamento. Segundo a Associated Press, os trabalhadores chamaram a atenção para o problema colocando mensagens dentro das roupas que produziram em uma loja de Istambul.
“Eu fiz esta peça de roupa que está prestes a comprar, mas não fui pago para fazê-la“, diziam as etiquetas. Além disso, as mensagens denunciavam que os trabalhadores eram funcionários da empresa Bravo Textil, na Turquia, que fechou repentinamente sem pagar três meses de trabalho e os subsídios de demissão.
O objetivo dos funcionários da empresa é fazer com que os consumidores da marca Zara apoiem a campanha e pressionem os responsáveis para que recebam o pagamento devido.
Esta não é a primeira vez que a Zara se vê envolvida em disputas laborais. A marca, que fatura mais de 60 milhões de euros por ano, já foi acusada de exploração de trabalho escravo e infantil, de refugiados sírios, fornecendo condições de trabalho inseguras e abusivas.
Ao The Independent, um porta-voz da Inditex disse que a empresa “cumpriu todas as obrigações contratuais com a Bravo Textil” e trabalha em uma proposta com a IndustriALL, Mango e Next para “estabelecer um fundo para os trabalhadores afetados pelo desaparecimento fraudulento do proprietário da fábrica Bravo“.
A indústria do “fast fashion” tem visto cada vez mais casos de abuso e más condições de trabalho serem denunciados. Em 2014, foram também encontradas mensagens que diziam “fui forçado a trabalhar exaustivamente” em etiquetas da marca irlandesa Primark, que desmentiu o caso posteriormente.
Em outubro, a Inditex publicou um comunicado anunciando a colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no projeto Score, com o objetivo de “melhorar os sistemas de gestão e as condições de trabalho em todos os níveis da cadeia de valor do setor de vestuário”.
Ciberia // ZAP