Shahak Shapira, um artista israelense alemão, decidiu confrontar o Twitter com todos os comentários de ódio publicados na plataforma pintando as mensagens em frente à porta do escritório da rede social em Hamburgo, na Alemanha.
Segundo Shahak Shapira, o Twitter não tem sido eficaz no que toca à eliminação de comentários e mensagens de ódio.
Dos 300 tweets que denunciou por considerar que “não eram insultos ou piadas. Eram ameaças concretas de violências, homofobia, xenofobia, ou negação do Holocausto. Coisas que ninguém devia ler”, apenas nove mereceram resposta por parte da rede social.
Segundo o alemão, “cada um desses comentários viola as regras do Twitter”, mas ainda assim, admite não ter recebido “um único e-mail” dizendo que o tweet que denunciado tinha sido removido, apesar de prometerem informar aos utilizadores quando o processo é avaliado.
Para alertar a comunidade, online e offline, em relação à quantidade de comentários que se perpetuam impunes, o artista decidiu pintá-los no chão, em frente à porta do escritório do Twitter em Hamburgo, Alemanha.
“Vamos jogar gás nos Judeus!”, “Matem todos os gays e bichas!”, “Pendurem no poste de luz mais próximo”, escreveu no chão.
E nem sequer importa se é com um nome falso, um avatar, escondidos, ou até com a conta verdadeira. Os apelos à violência se multiplicam pelas redes sociais e no Twitter – ao contrário do Facebook que, dos 150 comentários que denunciou, cerca de 80% foram removidos – esses comentários continuam impunes.
Insatisfeito, Shapira decidiu que se o Twitter mantém essas mensagens visíveis, então a própria empresa deve ser confrontada com elas.
Do conjunto de tweets que a empresa optou por não apagar, Shapira selecionou 30 exemplos – mantendo o nome de usuário do autor de cada um – e os pintou no chão, à porta do escritório da empresa, em Hamburgo, para onde viajou a partir de Berlim.
De acordo com a política da empresa, há um conjunto de comportamentos proibidos na rede social. Entre eles, constitui uma violação das políticas do Twitter discursos com ameaças violentas, desejar a morte, doença ou dano físico a um grupo ou a indivíduos, incitar o medo sobre um grupo ou referências a episódios de violência em massa, comentários sexistas, racistas ou xenófobos.
O vídeo conta que a empresa apenas limpou parte dos tweets inscritos no chão, em frente à sua filial. Uma atitude que “compactua com a lógica da empresa de limpar o que está à sua porta, deixando o resto para as outras pessoas”, concluiu.
// ZAP