Praticamente um império do entretenimento, não é equivocado dizer que a Netflix investe muito para ter um nome forte dentro do mercado na atualidade. Nós já falamos por aqui quais são as séries mais caras da empresa, com cada episódio custando mais de US$ 10 milhões, mas você já se perguntou quanto custa de fato para a Netflix produzir uma série?
Em um orçamento, é levado em conta todos os custos que aquela determinada produção vai desempenhar no resultado final: desde equipamentos de luz, som e filmagem a figurino, cabelo, maquiagem — e depois da pandemia da covid-19, EPIs e itens de higiene e segurança também tiveram que ocupar um espaço do orçamento.
Ao pensar em quanto deve custar para a gigante do streaming desenvolver uma série de televisão, o Canaltech decidiu utilizar como exemplo a mais cara de todo o seu portfólio (porém muito bem-sucedida também, obrigada): The Crown. Atualmente, o seriado conta com quatro temporadas, acompanhando o drama do reinado da Rainha Elizabeth II na Inglaterra.
De acordo com o ScreenRant, a Netflix gasta US$ 13 milhões para finalizar cada episódio da trama Real. Em 2017, o The Daily Beast produziu uma reportagem indo à fundo da produção da série, revelando que a primeira temporada custou um total de US$ 130 milhões para ser produzida, quebrando o recorde de E.R. e The Get Down e tornando-se a série mais cara de toda a história da televisão.
“A verdade é que não vemos essas coisas”, declarou Matt Smith em 2017 sobre o orçamento de The Crown. O ator interpretou o Príncipe Philip nas duas primeiras temporadas da produção britânica, além de ser o 11º doutor em Doctor Who.
Vale lembrar que por serem os primeiros episódios, o impacto da audiência era muito importante, bem como o cuidado com os mínimos detalhes: o vestido que Claire Foy utilizou no primeiro episódio no casamento da Rainha Elizabeth II custou cerca de US$ 35 mil. Ainda falando de figurino, a produção chegou a reproduzir o icônico vestido de casamento de Lady Di na quarta temporada, que, de acordo com o Bustle, levou mais de 600 horas para ser recriado — mesmo que o seu preço não tenha sido revelado.
A Netflix foi considerada “ousada” nos orçamentos das primeiras temporadas de algumas séries originais, como a já citada The Crown e o sucesso Stranger Things. Esta última foi profundamente inspirada nos filmes de ficção científica de Steven Spielberg da década de 1980, com os episódios iniciais custando US$ 6 milhões cada e tendo um acréscimo de US$ 2 milhões para a segunda temporada. Agora, com a quarta temporada tendo filmagens em locações ao redor do mundo, espera-se que esse valor fique ainda maior.
Quanto custa para a Netflix adquirir um título
Para realizar projetos ambiciosos como o deste ano, de lançar um filme com o selo original do streaming por semana no catálogo, a Netflix precisou “correr” para outros lados ao invés de produzir tudo o que disponibilizaria. Para isso, a empresa buscou adquirir produções que ainda estavam sendo realizadas por estúdios terceiros.
De acordo com uma reportagem da CNBC, a Netflix popularizou um modelo diferente de negócio no setor. Isso porque, anteriormente, era muito comum as produtoras venderem suas produções, mas reterem a maior parte de direitos que podem se tornar lucrativos futuramente.
A publicação revela que embora a empresa compre um programa, ela normalmente deduz uma taxa pela distribuição e inclui esse custo no contrato como uma “licença imputada”. Ou seja, de certa forma, isso acaba compensando 30% dos custos de produção que a produtora pode ter futuramente — mas que a Netflix já está pagando de forma antecipada.
Nessas negociações, a Netflix acaba “levando a melhor” por conta dos direitos de merchandising, distribuição global e desdobramentos para outros países, como reality shows que tiveram suas versões brasileiras. Ainda assim, a gigante do streaming ainda oferece um bônus para as produtoras caso as séries compradas sejam renovadas para uma segunda temporada. No entanto, não é tão lucrativo para as produtoras como se elas mantivessem seus direitos e licenciassem para uma rede de televisão.
O que leva uma produtora a distribuir seu conteúdo na Netflix, então? Alcance global, visto que o streaming está presente em mais de 190 países. Além disso, por conta do tamanho da empresa, chegar no orçamento desejado para desenvolver tal programa é muito mais fácil do que fazê-lo por si só, sem contar que a Netflix é conhecida por tratar muito bem seus criadores de conteúdo.
Ciberia // Canaltech