Donald Trump cedeu à pressão e afirmou, nesta terça-feira (17), que acredita nas conclusões dos serviços secretos de que houve, de fato, ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016.
O presidente dos Estados Unidos disse nesta terça que não se explicou da melhor forma na coletiva com Vladimir Putin, depois da cimeira desta segunda-feira. Face à contestação perante a sua atitude na cúpula, Trump deu um salto à retaguarda e disse: “Aceito que houve interferência russa“.
“Em frase fundamental nas minhas declarações, disse o que devia em vez do que não devia. A frase devia ser ‘não vejo motivos para que NÃO tenha sido a Rússia’. Uma espécie de dupla negativa. Acho que isso clarifica as coisas”, disse em declarações aos jornalistas, e no Twitter, antes de se reunir com membros do Congresso, para dar explicações sobre o conteúdo da reunião com o presidente russo, informa o Público.
Segundo o New York Times, a atitude de Donald Trump trouxe uma nova palavra para os críticos do presidente (e até mesmo alguns dos seus aliados): “traição”. Suas declarações provocaram uma enchente de críticas, por parte de seus próprios apoiantes republicanos.
Na coletiva de imprensa a partir da Sala Oval, Trump garantiu também confiar e apoiar os serviços secretos assim como as agências norte-americanas, adiantando que “aceita” as conclusões tornadas públicas sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais que ditaram a vitória de Donald Trump, em 2016.
Ainda assim, Trump disse que qualquer ação por parte da Rússia não teve qualquer impacto nos resultados finais da votação norte-americana.
“O poodle de Putin”
Dúvidas não restam a mídia internacional: Vladimir Putin saiu vencedor do encontro com Donald Trump. O jornal finlandês Kauppalehti deixa esse resultado bem claro na capa – “Trump 0 — Putin 1” – enquanto que o britânico Daily Mail se arrisca mesmo a chamar Trump de “o poodle de Putin”.
O Observador destaca que a tentativa de Trump de afastar as acusações de uma suposta interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016 não passou ao lado da mídia.
O The Guardian, por exemplo, escreve que Donald Trump é “nada menos do que um traidor” e o Daily Express escreve que “a Guerra Fria acabou, diz Putin ao seu novo melhor amigo”.
A opinião geral parece apenas não atrair o Rossiyskaya Gazeta, publicado pelo governo. O diário russo garante que as relações entre os dois países melhoraram e que os amigos não devem lutar entre si.
Ciberia // ZAP