O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu nesta segunda-feira (26) que a resolução adotada no sábado (24) pelo Conselho de Segurança sobre a trégua de 30 dias na Síria seja “aplicada imediatamente”.
“Espero que a resolução seja imediatamente aplicada para que os serviços humanitários possam atuar de imediato”, disse António Guterres, em Genebra. Pelo menos dez civis morreram nesta segunda nos bombardeios de Damasco contra Ghouta Oriental, apesar da trégua pedida pelas Nações Unidas, indica o Observatório Sírio dos Direitos do Homem.
Entre as dez vítimas encontram-se nove membros de uma mesma família, entre os quais três crianças.
Os ataques aéreos e de artilharia das forças do regime de Damasco contra Ghouta (arredores da capital da Síria) foram particularmente intensos durante as últimas horas, de acordo com informações da organização não-governamental com sede em Londres.
Desde o início dos ataques de Damasco contra Ghouta Oriental, no dia 18 de fevereiro, morreram 521 civis, segundo os números divulgados pelo observatório.
Esses “conflitos se transformaram em matadouros de seres humanos – cada vez mais frequentes – porque não atuamos de forma suficiente para impedir esses horrores”, disse Zeit Ra’ad Al Hussein perante o Conselho dos Direitos do Homem reunido em Genebra.
O responsável acusou os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas de serem “responsáveis pela continuidade de tanto sofrimento”.
“Aqueles que utilizaram o veto para bloquear as ações em bloco – que poderiam reduzir o sofrimento extremo das populações inocentes – são os que deveriam responder perante as vítimas”, afirmou.
Considerando que a França e o Reino Unido “cumprem um uso limitado do direito (de veto)”, Zeit Ra’ad Al Hussein apelou à República Popular da China, à Rússia e aos Estados Unidos a “pôr fim ao recurso do veto”.
Um médico que exerce na zona de Ghouta Oriental, cidade síria que é alvo de intensos bombardeaios por parte do governo de Bashar al-Assad, que não poupa escolas nem hospitais, já considerou esse o “massacre do século XXI“.
Ciberia, Lusa // ZAP