O SoftBank anunciou que fará um fundo de investimento voltado a empresas lideradas por negros. Segundo o TechCrunch, o comunicado foi feito em uma carta aos funcionários do banco de investimentos assinada pelo COO, Marcelo Claure.
A criação do fundo é uma resposta do SoftBank à onda de protestos nos Estados Unidos desencadeada pelo assassinato do segurança negro George Floyd pelo policial Dereck Chauvin. O crime ocorreu no dia 25 de maio e um vídeo registrou o policial usando o joelho para asfixiar o segurança.
O fundo, que ficará dentro do Opportunity Growth Fund, vai iniciar com um montante no valor de US$ 100 milhões, o que significa que há margem para que a SoftBank ou outro parceiro adicionem dinheiro ao longo do tempo.
“Fundadores e empreendedores negros têm muito potencial, mas eles têm de enfrentar barreiras que os fundadores brancos não precisam. Essa é uma oportunidade de remover essa barreira para uma nova geração de fundadores”, escreveu Claure na carta, segundo trecho publicado pelo Axios.
Além dos fundadores e líderes, para se tornar elegível ao aporte as empresas terão de “usar tecnologia para a disrupção de modelos tradicionais de negócios” e “criar oportunidades” para profissionais negros. “Prometo fazer o possível para ser um aliado dos negros norte-americanos que lutam contra essa injustiça há séculos. Somente reconhecendo e agindo sobre o racismo – mesmo em suas formas mais sutis – podemos erradicá-lo. Caso contrário, ele floresce em silêncio”, escreveu Claure.
O SoftBank disse que não tirará do fundo uma taxa de administração tradicional, “mas buscará colocar o máximo de capital possível nas mãos de fundadores e empresários negros”. De acordo com a empresa, atualmente apenas 1% dos fundadores apoiados são negros e a grande maioria dos investimentos foram feitos em startups fundadas por homens.
Por conta disso, o SoftBank também está desenvolvendo outros projetos para promover investimentos mais diversificados e inclusivos. Seu acelerador, o Emerge, voltado para fundadores sub-representados e criado em parceria com o WeWork Labs, apresentou seu primeiro grupo de empresas no mês passado. Para conhecer as 14 startups selecionadas, clique aqui.
O executivo também incentivou a equipe a doar para organizações que estão trabalhando em iniciativas para erradicar o racismo e a discriminação, e diz que o SoftBank fará doações.
O projeto é pertinente, considerando os eventos da semana passada que jogam luz ao racismo no país e no mundo, mas também acontece no momento em que o SoftBank foi atingido com força por suas práticas de investimento e também por possui sua parcela de culpa na questão racial – seja pelo pouco apoio em startups fundadas por negros ou por apoiar empresas que não se preocupam com questões raciais.
Algumas semanas atrás, o CEO e fundador de uma das empresas de seu portfólio, a Banjo, renunciou após ser revelado que ele já teve ligação com a KKK, uma seita supremacista branca que promove atos racistas. Antes disso, o nome do SoftBank esteve em destaque na mídia devido as grandes apostas em empresas como WeWork e Uber que não se pagaram e levaram problemas às demais empresas do grupo.
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