Armas e detectores controlados remotamente do fundo do mar, drones altamente inteligentes capazes de reações rápidas e precisas, além de dispositivos biônicos. Estes são apenas alguns exemplos do arsenal submarino que os chineses vão apresentar nos próximos anos, “antes que uma crise evolua para uma guerra”, de acordo com o jornal do Exército da China.
As Forças Armadas da China se preparam para uma guerra submarina contra os Estados Unidos, em uma tentativa de “aproveitar a supremacia marítima“, ou seja, se armar com submersíveis de ponta, segundo o jornal do Exército Popular de Libertação.
De acordo com a reportagem, a China está atualmente concentrada em veículos submarinos não tripulados capazes de conduzir ataques secretos, assim como redes de sensores organizadas no fundo do mar o indetectáveis por satélites.
Os chineses estão, supostamente, criando submarinos inteligentes sem necessidade de controle humano para funcionar. A estratégia da China, “ao se colocar emboscadas com robôs submarinos, armas “fantasmas” inteligentes e dispositivos parecidos com peixes biônicos” passa por moldar um sistema de operações em rede, informa o texto.
“Antes que uma crise evolua para uma guerra, as armas ‘fantasmas’ podem ser acionadas com antecedência, submergindo para baixo da superfície do mar, ou espreitando profundamente no fundo sob um canal marítimo estratégico ou um estreito marítimo, que seria certamente utilizado por navios do adversário”, descreve o jornal.
“As armas podem ser ativadas recorrendo a um sistema de sinais de baixa frequência através do espaço ou do mar, de forma a criar um sistema de operações subaquáticas pré-implantado com a capacidade de realizar ataques inteligentes autônomos.”
Armas com “cognição cerebral”
A reportagem explica também que a estratégia é focada no desenvolvimento de uma arma autoconsciente, com habilidade de “cognição cerebral”, que ajudará a processar massas de sinais acústicos subaquáticos e imagens visuais.
Essas armas, previstas para iniciarem operações na década de 2020, serão capazes de desencadear explosões preliminares em uma tentativa de fazer com que o inimigo ceda, devido a “fraquezas psicológicas do oponente na guerra”.
A publicação incluiu uma entrevista com o Chefe de Equipamentos de Tecnologia Marinha do Instituto Shenyang de Automação da China, Lin Yang, que confirma o trabalho realizado em uma série de veículos submarinos não tripulados, ou XLUUVs, destinados a rivalizar com programas análogos dos Estados Unidos.
O jornal deixa claro que a estratégia se concentra na proteção do Mar do Sul da China, cuja soberania é questionada por vizinhos e pelos Estados Unidos.
Em junho, um novíssimo veículo submarino chinês (AUV) fez as manchetes da mídia local ao mergulhar fundo no Mar do Sul da China, cobrindo uma distância de quase 160 quilômetros.
Construído pelo mesmo instituto, o chamado Qianlong III, parece um peixe-palhaço, mas há uma incrível capacidade por trás da aparência, que os especialistas dizem poder expandir o conjunto original de missões de pesquisa para a guerra e até para mineração subaquática.