Edward Guinan e Scott Engle, cientistas da Universidade de Villanova, no estado norte-americano da Pensilvânia, anunciaram que pode existir vida primitiva em GJ 699b, a Superterra gelada que orbita a estrela de Barnard, localizada a apenas seis anos-luz do Sol.
Em comunicado recentemente divulgado, os astrofísicos afirmam que esse mundo, também conhecido por Barnard b, apesar de ser extremamente frio – pode atingir temperaturas até 170 graus Celsius negativos – tem o potencial de abrigar vida primitiva.
Por ser gelado e sombrio, o exoplaneta seria, à princípio, hostil para a vida como a conhecemos. Mas de acordo com os cientistas, o exoplaneta pode abrigar vida caso se reúnam duas condições: ter um grande núcleo de ferro quente ou níquel e atividade geotérmica.
“O aquecimento geotérmico poderia abrigar ‘zonas de vida’ abaixo da superfície, semelhante aos lagos subterrâneos encontrados na Antártida”, disse o coautor do estudo, Edward Guinan. “Percebemos que a temperatura da superfície na lua gelada de Júpiter, Europa, é semelhante à de Barnard b, mas devido ao aquecimento de maré é provável que Europa tenha oceanos líquidos sob a superfície gelada”, acrescentou.
O exoplaneta Barnard b, cuja descoberta foi anunciada em novembro de 2018, é 3,2 vezes maior que a Terra – o que lhe vale a classificação de superterra. O mundo orbita em 233 dias terrestres sua estrela, considerada a nossa vizinha mais próxima depois do sistema de três estrelas Alpha Centauri, localizado a 4,3 anos-luz de distância.
Como observou Scott Engle, “a estrela de Barnard é quase duas vezes mais velha que o Sol: tem 9 bilhões de anos, em comparação com 4,6 bilhões de anos solares”. “O Universo tem produzido planetas do tamanho da Terra muito antes da nossa existência, ou até mesmo antes da existência do próprio Sol”, rematou o cientista.
A descoberta foi anunciada na semana passada no 233º encontro anual da American Astronomy Society, que decorreu na cidade de Seatle.
Ciberia // ZAP