As infecções por parasitas intestinais têm aumentado com a popularidade do sushi. Porém, os riscos do consumo de peixe cru ficaram novamente ilustrados com um caso insólito.
O caso foi relatado pelo médico norte-americano Kenny Banh no podcast de medicina This Won’t Hurt a Bit, e citado pelo jornal Público. Na Califórnia, um homem que comia sushi quase diariamente descobriu que tinha uma tênia de 1,67 metro.
O episódio remonta a agosto de 2017, mas só agora foi contado por Kenny Banh, que acompanhou o caso no hospital. O paciente em causa já reclamava de desconforto intestinal há vários meses, atribuindo-o erradamente a uma crise de gases.
Foi só durante uma crise aguda de diarreia que percebeu que tinha uma tênia, acabando por ver o parasita sair do corpo. Segundo um relato bastante gráfico do clínico, o homem julgou que sentia e via o próprio intestino sair com as fezes.
Ao puxar o excremento, percebeu então que se tratava afinal de um verme comprido que se mexia. Apesar da imagem desagradável, o paciente se sentiu aliviado, já que pensava “que ia morrer porque as entranhas estavam sendo disparadas pelo seu traseiro”, segundo contou o médico no podcast.
No hospital, o paciente revelou aos médicos que tinha hábito de comer peixe cru, e sobretudo sashimi de salmão, quase todos os dias. Com a popularidade do sushi em alta nos últimos anos, médicos de vários países têm alertado para o risco de um aumento das infecções parasitárias.
Em maio de 2017, em artigo publicado na revista científica BMJ Case Reports, uma equipe de médicos portugueses dava o exemplo de um paciente de 32 anos, também português, que deu entrada no hospital com febre, vômitos e dores de estômago.
O doente, que tinha comido sushi recentemente, foi submetido a uma endoscopia que detectou um verme alojado no seu estômago – que foi então removido, aliviando os sintomas de imediato.
O paciente em causa era vítima de anisakiasis, do nome do parasita, Anisakis simplex, uma infecção muito comum no Japão, devido à presença de peixe cru na dieta nacional, mas menos habitual nos países ocidentais.
A incidência desta patologia, no entanto, tem aumentado. Além dos sintomas descritos acima, a infecção pode ainda resultar em reações alérgicas, sangramento, obstrução do intestino e, em casos mais graves, perfuração e peritonite, ou infecção do peritoneu, membrana que envolve as vísceras da cavidade abdominal.
Ciberia // ZAP