O aplicativo identifica os parasitas em células microscópicas e está sendo desenvolvido por uma equipe da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em Portugal.
Uma tecnologia que detecta malária através de amostras de sangue e de imagens obtidas com smartphones, tornando o diagnóstico mais rápido e econômico, está sendo desenvolvida por uma pesquisadora do Porto.
A tecnologia engloba um sistema de aprendizagem computacional (machine learning), que identifica os parasitas da malária em células microscópicas, analisando imagens capturadas por uma lente de alta magnitude incorporada nas câmaras dos smartphones, explicou à Lusa Mafalda Falcão, da FEUP.
A malária é uma doença “provocada por cinco tipos diferentes de parasitas, cada um com o seu ciclo de vida próprio”, que obrigam a distintas abordagens de tratamento, sendo o diagnóstico convencional “complexo, demorado e dispendioso“, indicou.
De acordo com a pesquisadora, a tecnologia consiste em examinar no microscópio dois tipos diferentes de amostras de sangue (gota espessa e gota fina), identificando, “corretamente e de forma precisa”, se o paciente está infectado e qual o tipo de malária ele tem.
“Um falso diagnóstico inicial é extremamente penoso para o ser humano“, disse Mafalda Falcão, acrescentando que um falso positivo (identificado como tendo malária, mas não infectado) é tratado, fazendo com que o indivíduo ganhe resistência à medicação.
No caso de um falso negativo (identificado como não tendo malária e estar infectado), o tratamento não é realizado e pode levar à morte.
A este processo de diagnóstico estão associados “custos significativos, muito difíceis de sustentar em lugares onde a incidência de malária é superior”, como é o caso da África, onde ocorrem “aproximadamente 80% dos casos”, salientou.
Segundo Mafalda Falcão, a ferramenta sendo desenvolvida no âmbito do ML4Malaria pode ser uma solução mais barata, rápida e igualmente eficaz para detecção e identificação do tipo de parasita associado à patologia.
Este é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de pesquisa Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.
O ML4Malaria contou com o apoio de um especialista José Correia da Costa, do Instituto Ricardo Jorge, do engenheiro Luís Rosado, da Fraunhofer Portugal AICOS, e do professor Luís Teixeira, da FEUP.
Ciberia // ZAP