Uma equipe de cientistas norte-americanos determinou a causa que pode explicar o motivo de grande parte dos terremotos registrados acontecerem frequentemente em lugares “incomuns”, isto é, em regiões distantes das bordas placas tectônicas.
O estudo, liderado por Ryan Thigpen, da Universidade de Kentucky, e Sean Gallen, da Universidade Estatal do Colorado, concluiu que a erosão causada pelos rios pode justificar esse tipo de movimentos telúricos em regiões “erradas”.
No estudo, publicado nas Geophysical Research Letters e que esta semana teve especial destaque na Scientif American, os cientistas sugeriram que, quando esse tipo de erosão elimina peso da crosta terrestre, partes dela podem se mover mais rápido.
Como resultado, podem causar terremotos bastante fortes em locais que, a priori, não deveriam ter grande atividade sísmica.
De exemplo, os cientistas apontaram a zona leste do estado de Tennessee, que não está localizada em uma borda das placas tectônicas, mas que neste mês de dezembro registrou um tremor de magnitude 4,4 na Escala Richter.
Para o estudo, os cientistas recorreram a modelos computorizados, simulando de que forma a crosta terrestre reagiria caso fossem eliminados 152 metros de pedra. Os resultados coincidiram com os terremotos produzidos na área nos últimos 100 anos.
“Na introdução à Geologia, somos ensinados que uma grande parte dos terremotos ocorre nas bordas das placas tectônicas, como no Japão ou ao longo da zona de falha de San Andreas”, explicou Thigpen.
“Embora isso seja verdade, não explica o motivo de ocorrerem terremotos frequentemente em áreas como as zonas sísmicas do leste do Tennessee e Nova Madri [no estado norte-americano do Missouri]”, acrescentou.
O pesquisador apontou que essa abordagem revolucionária permitiria avaliar o problema “de uma perspectiva completamente nova”.
Ciberia // ZAP