Desta vez, é um tratamento para a osteoporose que pode curar calvície

Um medicamento utilizado para o tratamento da osteoporose poderia curar a calvície. De acordo com o novo estudo, cerca de quatro em cada 10 homens sofrem desta condição até os 45 anos.

A calvície (alopecia androgenética ou AAG) é um problema difícil de contornar. No entanto, cientistas britânicos mostraram que um medicamento para a osteoporose pode ser a resposta.

Em um estudo, publicado na terça-feira (8) na PLOS Biology e liderado pelo pesquisador da Universidade de Manchester Nathan Hawkshaw, os cientistas mostraram que o medicamento para a osteoporose estimula o crescimento capilar até três vezes em relação a medicamentos com propriedades específicas para tratar a calvície.

Os cientistas decidiram estudar o fármaco Ciclosporina A (CsA), usado normalmente como imunossupressor, que estimula o crescimento dos folículos pilosos, em laboratório. O CsA aumenta inesperadamente o cabelo devido à atividade da proteína SFRP1, responsável por prevenir o crescimento de folículos capilares.

No entanto, o fármaco não pode ser utilizado para estes fins devido aos seus efeitos secundários extremos. A esperança está na variação do medicamento, descoberta pelos cientistas, que é mais eficaz em localizar a proteína e evitar a perda de cabelo. Trata-se do modelo WAY-316606, um fármaco destinado ao combate da osteoporose.

A pesquisa foi realizada a partir de amostras de folículos capilares do couro cabeludo de mais de 40 pacientes que tinham realizado transplantes capilares. Nos testes com o medicamento, os cientistas perceberam que os folículos doados cresceram cerca de dois milímetros em apenas seis dias, nota a revista portuguesa Sábado.

“Nossos testes mostram que o WAY-316606 é uma alternativa terapêutica eficaz para o tratamento de crescimento capilar. Além disso, o fármaco estimula também a produção de queratina, uma proteína que protege o cabelo”, afirmou Nathan Hawkshaw.

A descoberta pode marcar a diferença na fervorosa luta contra a calvície masculina, já que pode ajudar a originar medicamentos mais eficazes e com menos efeitos secundários.

Atualmente, existem apenas dois medicamentos aprovados pela Agência Federal norte-americana (FDA) para travar a condição: o minoxidil e a finasterida. No entanto, ambos são conhecidos pelos seus efeitos secundários e por não serem muito eficazes, restando aos pacientes como única opção o transplante de cabelo.

Agora, os cientistas vão realizar testes clínicos de forma a entender se o medicamento pode ser utilizado em humanos e se é realmente eficaz.

Segundo o mesmo estudo, cerca de quatro em cada 10 homens sofrem de AAG até os 45 anos e esse número sobe para os dois terços na chegada aos 60 anos.

Ciberia // ZAP

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