A Casa Branca vai terminar de forma gradual com o programa que protege 800 mil jovens indocumentados que chegaram aos EUA quando eram crianças, anunciou nesta terça-feira (5) o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions.
Em declaração à imprensa, Jeff Sessions disse que a ação executiva que Barack Obama assinou em 2012 era “um exercício inconstitucional de autoridade do ramo executivo” e “uma ação de anistia executiva unilateral” que “negava trabalhos a centenas de milhares de americanos permitindo a imigrantes ilegais ficarem com esses trabalhos”.
Desta forma, a administração norte-americana dá um prazo para o Congresso dos EUA encontrar uma solução legal para as pessoas protegidas pelo programa, conhecido como “Deferred Action for Childhood Arrivals” (DACA).
“Congresso, se prepare para fazer o seu trabalho – DACA!”, escreveu o presidente dos EUA no Twitter. O programa, que foi lançado em 2012 por Barack Obama, permite a jovens que foram levados para os EUA quando eram crianças de forma ilegal receberem proteção contra deportação, autorização de trabalho e número de segurança social.
Em uma segunda mensagem, Trump disse: “Não se enganem, vamos colocar o interesse dos cidadãos americanos primeiro! Os homens e mulheres esquecidos não serão mais esquecidos”.
Uma lei para proteger estes jovens tem apoio nos dois partidos, na Câmara dos Representantes e no Senado, mas enfrenta forte oposição de alguns republicanos, que consideram a iniciativa uma anistia, e uma agenda legislativa já muito preenchida, com a reforma fiscal, a aprovação de um novo orçamento e um novo limite de endividamento do país.
O Estado norte-americano calcula que 2,1 milhões de pessoas possam beneficiar do programa, que não inclui pessoas com mais de 31 anos ou que tenham chegado depois de 2007.
Neste momento, 750 mil pessoas usufruem das suas proteções, o que lhes permitiu ir para a universidade, trabalhar de forma legal, visitar o país de origem e ter carteira de motorista. As únicas diferenças entre estas pessoas e um cidadão norte-americano é que elas não têm passaporte dos EUA, não podem votar e podem ser deportados se cometerem algum crime.
Obama reage: fim da lei dos “Sonhadores” é cruel
Em comunicado enviado à imprensa, o ex presidente norte-americano Barack Obama, chamou a intenção de Trump de acabar com a lei que protege os “Dreamers” de “cruel” e como “um tiro no pé” para o país.
Obama acredita que é o país quem mais perde, por não poder continuar a aproveitar o talento de todos os que querem investir e desenvolver o país. O norte-americano relembra que a imigração “pode ser um assunto controverso”, mas não é disso que se trata o DACA.
“É sobre jovens que cresceram na América, crianças que estudaram nas nossas escolas, jovens adultos que estão começando suas carreiras, patriotas que juraram aliança à nossa bandeira. Estes ‘Dreamers’ são americanos em seus corações, mentes, em todas as formas menos uma: no papel”, realça Obama.
Muitos, como escreve o antigo presidente, “nem sabiam que eram ilegais até terem tentado arranjar um emprego ou tirar a carteira de motorista”.
Ciberia // ZAP